Ciência
04/02/2023 às 07:00•2 min de leitura
Na antiguidade, a maior parte do planeta era desconhecida para as pessoas. Isso fazia com que qualquer um que se aventurasse um pouco além das terras conhecidas se deparasse com diferentes civilizações e novas espécies de animais.
Essa mistura do desconhecido com o medo — ou preconceito — do que estava fora do "mundo comum" deu origem a diversos relatos fantasiosos sobre seres humanos bastante diferentes. Abaixo, você pode conhecer cinco dessas criaturas.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Por nem sempre ser preciso no que escrevia, Heródoto não é apenas conhecido como o “Pai da História”, mas também como o “Pai da Mentira”. Um dos seus relatos faz referência aos akephaloi — o povo sem cabeça. De acordo com Heródoto, esse povo pertencia a uma comunidade na qual o rosto das pessoas estava no peito.
Eles viviam na atual Líbia, e provavelmente é uma referência de cunho xenófobo sobre as pessoas que viviam fora do mundo conhecido pelos gregos. À medida que o comércio com a África aumentava, o lar dos homens sem cabeça se mudou cada vez mais para o leste. A última referência foi feita por Walter Raleigh, que escreveu sobre rumores de uma tribo de pessoas sem cabeça chamada Ewaipanoma, em sua carta sobre a descoberta da Guiana.
(Fonte: Wikimedia Commons)
O naturalista romano Plínio, o Velho, escreveu sobre um conjunto de ilhas na costa atlântica da África chamadas de Gorgades. Segundo Plínio, essas ilhas eram habitadas por mulheres cobertas com grossos pelos da cabeça aos pés.
Esse relato foi "confirmado" pelo geógrafo romano Pompônio Mela, que afirmou que as ilhas eram habitadas exclusivamente por essas mulheres cabeludas — e que elas se reproduziam sem a necessidade de homens. Essas mulheres selvagens eram fortes e só poderiam ser mantidas paradas pelo uso de correntes. O mais provável é que essas criaturas fossem alguma espécie de grande primata.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Outro relato feito por Plínio foi sobre os Panotti. Esta tribo seria, supostamente, conhecida por suas grandes orelhas, que de tão grandes, eram usadas como "roupas" em noites frias. Plínio também escreveu sobre outras tribos com as mesmas características, como a tribo indígena Pandai.
Eles eram cobertos inteiramente por pelos brancos que ficavam pretos à medida que envelheciam, tinham apenas oito dedos nas mãos e pés, e suas orelhas pendiam até o cotovelo.
(Fonte: Wikimedia Commons)
O Curupira é um personagem bastante conhecido do folclore brasileiro. Mas uma das suas características também foi relatada durante a campanha de Alexandre, o Grande, na Índia. Durante sua expansão ao oriente, Baeton foi encarregado de explorar as passagens para a Índia. Segundo relatos, ele teria encontrado um vale onde havia uma raça de pessoas com os pés virados para trás, que ele chamou de Abarimon.
O relato também os descreve como pessoas bastante rápidas e ágeis, apesar dos seus pés ao contrário. Porém, Baeton afirmou que seria impossível capturá-los para mostrar a Alexandre, porque eles só conseguiam respirar o ar em seu próprio vale. Há uma segunda versão que faz referência a uma tribo que viva na região do Himalaia e possuía os pés virados para trás, além de não poder deixar o local onde moravam, pois só respiravam o ar do alto das montanhas.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Outro relato que encontra ecos no folclore brasileiro faz referência aos monopés. Eles seriam membros de uma tribo em que todos possuíam apenas um pé. Apesar disso, eles eram capazes de pular com muita facilidade e eram bastante velozes. Outra característica peculiar dessas pessoas era que seus pés eram muito maior do que os de uma pessoa normal.
Como eles viviam em uma região muito quente e ensolarada, nos períodos de maior calor os monopés se deitavam de costas e usavam os pés para descansar na sombra.