Codex Rotundus: o primeiro 'livro de bolso' da história

03/03/2023 às 10:002 min de leitura

Em algum momento do século XV, artesãos flamengos teriam criado um primeiro "livro de bolso" da história, por esforços que destacaram personalidade e atribuições únicas a um manuscrito de época. Com desenhos e textos em aproximadamente 266 páginas, a obra intitulada de Codex Rotundus é considerada tesouro histórico e segue fascinando entusiastas de projetos medievais devido a seu formato pouco convencional.

Atualmente, o livro está em exposição na biblioteca da Catedral de Hildesheim, também conhecida como Catedral da Assunção de Santa Maria e localizada na Alemanha. Supostamente, ele foi criado por um autor anônimo que faria parte da escola flamenga e teria aprendido diferentes técnicas de escrita e de artesanato com os antigos mestres de Dresden. Assim, foi projetado um título classificado como o primeiro livro em formato brochura da história.

Um combinado de madeira com folhas de pergaminho, o Codex Rotundus consiste em uma obra circular, onde páginas simétricas são reunidas em um pequeno bloco de três centímetros de altura e de três centímetros de diâmetro. A obra é essencialmente religiosa e foi utilizada para cerimônias de oração, com vários salmos adaptando a vida de Jesus e dos santos, bem como com cenas relacionadas a eventos do Antigo Testamento.

Com seus lacres fechados, o Rotundus se assemelha a uma bolsa, mas basta removê-los para se encontrar um mundo surpreendente de textos e artes. Sua capa é feita de couro vermelho e incorpora detalhes dourados, com três fechos de metal em forma de letras góticas selando a seção que se abre. As palavras são escritas em latim e em francês e ficam evidentes em miniaturas de páginas com formatos reais adaptados.

"O 'Codex Rotundus' é um livro de horas de 266 páginas em latim e francês. O manuscrito é único em forma e tamanho: as páginas são cortadas em formato circular. O corpo do livro deve ser selado por 3 grampos".

O Codex Rotundus e a relação com a aristocracia

Apesar de ser vinculado a um criador não identificado, o Codex Rotundus está envolvido com rumores sobre uma possível participação da aristocracia da Borgonha. Aparentemente, Adolfo de Cleves, Senhor de Ravenstein (1425-1492), foi o primeiro a incorporar essa joia editorial e deixou pistas para identificar o autor original. Isso porque uma das páginas contém a letra "D" em um brasão — algo que teria ligação com a corte do amigo de Filipe, o Bom.

Porém, pesquisadores mais céticos acreditam que Cleves não tem relação alguma com o livro de salmos da Idade Média, mesmo com a corte da Borgonha sendo "o centro da arte e da cultura contemporânea". Ainda sem nome por trás do projeto, especula-se que um artesão em uma oficina em Bruges, na Bélgica, teria apresentado a obra ao mundo, em meados de 1840. Porém, o mistério por trás de sua fundação segue inconclusivo.

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