Ciência
17/03/2023 às 10:00•3 min de leitura
Apesar de não parecer, brinquedos nem sempre foram populares. Na Antiguidade, as crianças do Egito, por exemplo, eram as que mais brincavam com bonecas, soldados em miniaturas, animais de madeira, bolas e piões.
O avanço dos séculos, no entanto, essa configuração foi sendo mudada. Isso porque brinquedos estavam reservados a uma população de crianças que era minoria na sociedade e não precisava ajudar seus pais nas tarefas, no trabalho simples em casa ou no campo.
Essa realidade só começou a mudar com a Revolução Industrial no século XIX, que permitiu que os brinquedos fossem produzidos em massa e, aos poucos, fazendo deles algo mais acessível. Mas foi só depois da Segunda Guerra Mundial, quando as fábricas reabriram, que brinquedos começaram a entrar no gosto popular, atingindo seu ápice na década de 1970.
Com isso, foi dessa forma que alguns brinquedos que começaram com boas intenções, terminaram em um desastre. De ideais fisicamente perigosas a produtos agressivos, esses são os 3 brinquedos que nunca deveriam ter sido fabricados.
(Fonte: Ebay/Reprodução)
As instruções eram claras: "aperte o boneco e ouça"... enquanto o brinquedo para de respirar. Desenvolvido pela empresa de brinquedos Ertl, em meados da década de 1990, o Jibba Jabber emitia um som rascante de uma pessoa sendo estrangulada.
Além de a intenção por si só ser perturbadora, o brinquedo despertou uma certa fúria nas crianças, que acabavam descarregando sua raiva e frustração com relação aos pais na boneca, que engasgava até que "parasse de respirar".
Quando a empresa foi informada sobre a Síndrome do Bebê Sacudido, uma lesão cerebral grave causada por uma forma de abuso infantil que envolvia sacudir a criança, ela apenas inseriu na embalagem do brinquedo uma advertência para tentar conscientizar de que aquilo não passava de um brinquedo para diversão. O panfleto também listava sete maneiras de reagir positivamente a uma criança em vez de recorrer à violência.
No entanto, a manobra de marketing não deu certo, e o brinquedo foi descontinuado.
(Fonte: Pinterest/Reprodução)
Desde seu lançamento, em março de 1956, a boneca Barbie, da Mattel Inc., se tornou um produto controverso. Criada para reproduzir o modelo perfeito do que deveria ser a mulher norte-americana, e no geral, também serviu como uma ferramenta de ensino sobre feminilidade.
A boneca levantou preocupações por vários motivos, sendo um deles a imagem corporal irreal e o caráter estereotipado da boneca, sobretudo sua superficialidade, como se as mulheres só tivessem que se preocupar com sua aparência e não pudessem ser mais nada além de bonitas.
(Fonte: Twitter/Reprodução)
E para reforçar isso, em 1965, a empresa lançou a Barbie Festa do Pijama, que acompanhava um panfleto intitulado "Como perder peso", sendo que na parte de trás alertava: “Não coma!”. A caixa do produto também acompanhava uma balança com o ponteiro fixado em 49 quilos, o peso considerado "ideal" para uma mulher.
O brinquedo foi muito criticado, mesmo naquela época, e a balança foi removida no ano seguinte da embalagem, mas o folheto permaneceu.
Foi assim que a Barbie forçou seu ideal de beleza feminina inalcançável e extremamente destrutivo, tanto física quanto mentalmente para as meninas e mulheres.
(Fonte: WorthPoint/Reprodução)
Em 2009, a fabricante de brinquedos Berjuan, na Espanha, lançou a boneca Bebé Glotón que imita a amamentação por seio e acompanha um kit para que meninas de 6 anos possam se equipar para a prática.
Isso foi o suficiente para que surgisse uma onda de críticas voltadas ao que a boneca se propunha, dividindo opiniões sobre o que é considerado adequado para uma criança aprender em certa idade. Alguns pais acreditavam que a boneca incitava e romantizava a amamentação em um momento que não era adequado, acabando por sexualizar a prática.
Acompanhado com um top de mamadeira com apliques de flores onde deveriam estar os mamilos, a Glotón foi destinada a "incentivar a nutrição em meninas jovens e promover a amamentação", de acordo com um comunicado oficial lançado pela empresa.
No programa Today Show, da televisão norte-americana, a apresentadora Kathie Lee Gifford se perguntou se esse incentivo talvez não fosse demais e muito cedo, colocando-se do lado do debate de que, sim, a amamentação não deve ser vista como uma vergonha, tampouco sexualizada, mas que crianças de 6 anos não devem lidar com essas questões nessa fase.