Ciência
01/10/2023 às 07:00•3 min de leitura
Ao longo da história, grandes figuras fizeram descobertas ou ações importantes que mudariam o rumo da humanidade. Muitas delas, porém, não chegaram a receber o reconhecimento merecido em vida ou no momento. Conheça algumas a seguir!
(Fonte: Wikimedia Commons)
Ignaz Semmelweis foi um médico húngaro do século XIX que fez contribuições cruciais para a higiene hospitalar. Ele foi responsável por perceber a relação entre a lavagem das mãos dos médicos e a redução das taxas de infecção puerperal, uma condição grave que afetava mulheres após o parto e tinha altas taxas de mortalidade.
Embora suas descobertas tenham salvado vidas, ele foi injustiçado e ridicularizado pela comunidade médica da época. Sua teoria inovadora encontrava resistência, já que responsabilizava médicos pela morte de pacientes. Além disso, a ideia da existência de micróbios era vista como loucura.
Semmelweis não recebeu o reconhecimento merecido durante sua vida, e após perder seu posto, sofreu um surto psicológico. Por isso, ele foi internado em um hospício a força, onde faleceu tempos depois.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Rosalind Franklin foi uma cientista britânica do século XX que desempenhou um papel fundamental na descoberta da estrutura do DNA. Utilizando a difração de raios-x, ela captou imagens cruciais da molécula de DNA que forneceram pistas importantes para a compreensão de sua estrutura helicoidal.
Sua contribuição, no entanto, foi amplamente subestimada em seu tempo. Inclusive, dois de seus colegas cientistas que participaram de alguns estudos, James Watson e Francis Crick, utilizaram suas informações e dados da sua pesquisa sem seu conhecimento ou consentimento. A partir destes, eles construíram a teoria do modelo de dupla hélice do DNA, que lhes rendeu um Prêmio Nobel.
Rosalind Franklin morreu jovem de câncer, sem receber o reconhecimento adequado por seu papel pioneiro e suas contribuições para a ciência. Postumamente, seus colegas fizeram menção da importância de seus estudos.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Stanislav Petrov foi um tenente-coronel do exército soviético que pode ter sido o responsável por impedir que vivêssemos em um futuro pós-apocalíptico (caso o mundo sobrevivesse). Uma ação sua impediu um possível conflito nuclear entre a União Soviética e os Estados Unidos durante a Guerra Fria.
Em setembro de 1983, o sistema de alerta nuclear soviético erroneamente identificou um ataque de mísseis nucleares dos EUA. Sua função era repassar o relatório para os superiores, já que os mísseis demorariam para chegar e possibilitariam um lançamento dos mísseis da URRS. Alguns momentos de espera poderiam significar que os mísseis americanos chegassem e destruíssem o arsenal soviético.
Em vez de relatar o alarme, Petrov confiou em seu julgamento de que aquilo poderia ser um erro de sistema, o que foi confirmado algum tempo depois. Isto evitou uma retaliação nuclear iminente que poderia ter desencadeado uma guerra nuclear global. Sua decisão foi fundamental para a prevenção de uma catástrofe nuclear e a preservação da paz.
Embora tenha recebido reconhecimento posterior, Petrov inicialmente enfrentou dificuldades e retaliações dentro do exército.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Chiune Sugihara foi um diplomata japonês que serviu como cônsul do Japão em Kaunas, Lituânia, durante a Segunda Guerra Mundial. Conhecendo os riscos que os judeus sofriam durante o confronto, ele emitiu vistos de trânsito para milhares de pessoas que fugiam do Holocausto. Uma de suas estratégias era conceder vistos de passagem para o Japão, informando o destino como outros países, como Curaçao, de onde poderiam alcançar lugares seguros. Esses vistos, muitas vezes emitidos contra as ordens de seu governo, salvaram inúmeras vidas.
Sugihara emitiu vistos até subir no trem, quando foi transferido de Tóquio para Berlim. Quando pessoas o seguiram até a estação, ele chegou a distribuir folhas do consulado com sua assinatura para que as próprias pudessem emitir seus vistos. Apesar de ter agido de forma heroica e humanitária, ele foi posteriormente repreendido pelos seus superiores e demitido do serviço diplomático.
Em 1969, quando um judeu que ele salvou o encontrou, a história finalmente se tornou pública. Estima-se que seus vistos salvaram 50 mil vidas, incluindo os descendentes das pessoas que fugiram do Holcausto. Por suas ações, foi concedida a Sugihara a mais alta honraria concedida pelo Yad Vashem (Museu do Holocausto).