Ciência
25/05/2024 às 14:00•3 min de leituraAtualizado em 25/05/2024 às 14:00
O cinema é uma arte bastante plural, especialmente por ser capaz de contar uma mesma história por olhares diferentes. No entanto, é possível encontrar cineastas que tiveram a oportunidade de fazer isso em mais de uma oportunidade. E não estamos falando de franquias, mas de diretores que filmaram o mesmo título duas vezes.
Conhecidos como remakes, essas novas leituras de um filme podem ser conduzidas por muitas razões. Avanço tecnológico, versão destinada a outra cultura ou idioma e muito dinheiro – sim, a sétima arte não é somente amor – são algumas das razões. Com bons e maus resultados, títulos marcantes da trajetória do cinema viveram essa experiência.
O diretor Cecil B. DeMille é um ícone do cinema antigo norte-americano. Entre suas obras se destacam títulos como O Maior Espetáculo da Terra, Crepúsculo dos Deuses e Os Dez Mandamentos, este último dirigido por ele em duas oportunidades: 1923 e 1956. A versão de 1956, vencedora do Oscar de efeitos especiais, foi a forma de DeMille centrar sua narrativa em outros aspectos bíblicos.
O filme de 1923, com limitações financeiras e técnicas, ganhou um remake em que Moisés e Ramsés II, o faraó durante o Êxodo, são o foco. DeMille teve dinheiro, recursos e tecnologia de ponta ao seu alcance, realizando um épico bíblico que contou com mais de 12 mil atores, incluídos os figurantes, além de 15 mil animais. Mas nada foi tão impactante quanto a possibilidade de filmar as cenas no próprio Egito.
Estrela promissora da Disney, Tim Burton filmou Frankenweenie pela primeira vez em 1984, mas não sabia que isso seria prejudicial naquele instante. Demitido do estúdio por considerarem que ele desperdiçava o dinheiro em filmes que não tinham perfil familiar, teve a oportunidade de refilmar a obra para a própria Disney em 2012, dessa vez como uma animação.
Frankenweennie acompanhava a jornada de um menino fã de filmes de terror, cujas obras o inspiraram a tentar ressuscitar seu falecido cão durante uma aula de ciências. Se a versão animada é tocante, pesa a favor da obra filmada em 1984 contar com Shelley Duvall, a Wendy de O Iluminado, e uma jovem e ainda não diretora Sofia Coppola, à época com 13 anos.
Hitchcock filmou diversos filmes de suspense célebres que o tornaram um mestre do gênero. Mas há quem se esqueça que o diretor não era norte-americano, mas britânico. Em 1934, ainda na Inglaterra, filmou O Homem que Sabia Demais, um longa-metragem de espionagem em que um casal comum se via envolvido em uma trama internacional durante suas férias na Suíça.
Já um sucesso em Hollywood, Hitchcock decidiu que queria fazer uma versão norte-americana da obra, que acabou filmada em 1956. Sucesso de bilheteria, a nova filmagem saiu da Suíça e foi para o Marrocos, colocando os atores James Stewart e Doris Day como protagonistas.
No início de sua trajetória como cineasta, Wes Anderson filmou um curta-metragem chamado Pura Adrenalina. Para tal, convidou um ex-colega de quarto, o agora famoso ator Owen Wilson, para contar a história de Dignan e Anthony, dois amigos disfuncionais que planejam e executam um assalto. Todo filmado em preto e branco, a obra foi exibida na edição de 1994 do Festival de Sundance, onde teve os direitos adquiridos pela produtora Barbara Boyle.
A partir daí, Anderson recebeu a proposta de refilmar o título, em versão mais longa e a cores. O resultado acabou sendo bastante negativo, com má recepção da crítica e uma bilheteria fraca. Para sorte de Wes Anderson, seu posterior sucesso tornou a segunda direção de Pura Adrenalina uma espécie de jóia escondida na filmografia do diretor.