Ciência
22/03/2024 às 20:00•2 min de leituraAtualizado em 22/03/2024 às 20:00
Algumas das lendas sobre gigantes que ganharam destaque no século passado têm relação com a caverna Lovelock. Localizada perto da cidade homônima em Nevada, nos Estados Unidos, ela teria sido o lar de pessoas com tamanho maior que a média e cabelos ruivos, conforme as histórias contadas na região.
Usada como abrigo em séculos anteriores, a caverna foi redescoberta em 1911 quando dois mineiros a exploraram em busca de fezes de morcego para vender como fertilizante. Porém, a dupla encontrou muito mais do que o guano durante as escavações, se deparando com objetos que aparentavam ter milhares de anos.
A descoberta chamou a atenção de arqueólogos, que deram sequência ao trabalho. Nos anos seguintes, eles encontraram ainda mais artefatos milenares e grandes quantidades de ossos, incluindo esqueletos inteiros e até alguns com pelos preservados e de coloração avermelhada.
Foi nesse período que começaram os primeiros boatos a respeito de supostos ossos de gigantes encontrados na caverna Lovelock. De acordo com o IFLScience, alguns relatos sugeriam esqueletos de pessoas com mais de 2,30 m de altura, enquanto outros apontavam seres ainda maiores.
Com os boatos se espalhando, muitas pessoas passaram a acreditar que se tratava dos restos mortais de uma suposta raça de gigantes descrita pelos paiutes do norte, povo nativo do estado de Nevada. Segundo os indígenas, esses homens de tamanho avantajado, chamados “Si-Te-Cah”, eram cruéis e canibais.
Eles teriam sido exterminados durante uma violenta batalha na área que se transformou na caverna Lovelock, levando a especulações de que a lenda indígena era real, após a descoberta das ossadas. Mas para a historiadora Adrienne Mayor, a história verdadeira é bem diferente dos mitos que cercam a região.
De acordo com ela, empresários locais se aproveitaram da história indígena para espalhar as lendas de seres gigantes que viviam na caverna com o objetivo de atrair turistas. Além disso, o sítio arqueológico de Lovelock possuía esqueletos de animais como mamutes e ursos que podem ter sido confundidos com ossadas de humanos.
Os restos mortais dos supostos seres mitológicos gigantes não são os únicos materiais encontrados em Lovelock. Foram achados em torno de 10 mil objetos, incluindo ferramentas, cestas e armas — entre os destaques estão enfeites com pele e penas de patos, sandálias com 38 cm de comprimento e um calendário primitivo.
Estima-se que a ocupação da caverna tenha iniciado por volta de 1500 a.C., com os paiutes do Norte sendo os últimos habitantes. Estudos feitos por universidades americanas sugerem que os restos mortais não eram tão grandes quanto se afirmava, embora alguns pudessem medir quase 1,90 m de altura.