
Ciência
13/02/2020 às 10:00•2 min de leitura
Um estudo liderado pela professora assistente da Seção de Medicina Social na Universidade de Copenhague Terese Sara Høj Jørgensen apresentou relações entre a formação de quadros de demência e a altura corporal de jovens adultos. Com objetivo paliativo para iniciar tratamentos de forma antecipada aos primeiros sinais de demência, a fim de evitar riscos e agravantes após a fase adulta, a pesquisa agregou diversos fatores comportamentais à constituição física dos voluntários.
A autora, através da observação de 666.333 homens dinamarqueses nascidos entre 1939 e 1959, incluindo 70.608 irmãos e 7.388 gêmeos, que passaram pela experiência e exames entre 1957 e 1984, sugeriu que a formação de quadros de demência pode estar fortemente relacionada com a altura de homens, onde os mais altos têm menores riscos de desenvolver os sintomas.
"Queríamos ver se a altura corporal de homens jovens está associada ao diagnóstico de demência, enquanto exploramos se os resultados dos testes de inteligência, o nível educacional e os fatores genéticos e ambientais subjacentes compartilhados pelos irmãos explicam a relação", esclareceu Jørgensen.
Porém, os estudos tiveram que ser adaptados constantemente e atualizados às mudanças de alturas, que sofreram variações de cerca de 6 cm em indivíduos acima da altura média, resultando em uma diminuição de 10% dos riscos de contrair disfunções. Além disso, os resultados alteravam muito pouco caso houvesse a inclusão de fatores fora do eixo físico, ligados ao ambiente e ao comportamento.
Os resultados também apontaram para a diferença do grau de demência entre irmãos, que varia de acordo com as diferentes alturas. Nesse caso, as conclusões das análises reforçam que traços genéticos e familiares não podem ser trabalhados de forma isolada na tentativa de explicar o surgimento de disfunções díspares entre irmãos.
"Após esse ajuste, nossos resultados ainda apontam para uma associação entre a altura corporal mais alta em homens jovens e um menor risco de diagnóstico de demência mais tarde na vida. Nossa análise dos irmãos sugere ainda que a associação pode ter raízes comuns em exposições ambientais precoces, sem relação com fatores familiares compartilhados pelos irmãos", explica a autora sênior do projeto, Merete Osler.
Por enquanto, o estudo foi trabalhado apenas em homens, não sendo possível generalizar, de toda forma, para ambos os gêneros.