Ciência
12/06/2020 às 03:00•2 min de leitura
É conhecido que fumar é um grande risco à saúde, muito por conta da mistura de substâncias nocivas dentro dele. Uma das doenças que podem ser geradas pelo hábito de fumar é o câncer. Ainda que a nicotina, presente no cigarro, não seja um elemento cancerígeno, um estudo apresentou que ela pode ajudar a espalhar o câncer para a região do cérebro.
(Fonte: Pexels)
O que incentivou o estudo foi buscar entender qual a causa de aproximadamente 40% das pessoas que sofrem de câncer de pulmão acabarem sofrendo metástase dos tumores para o cérebro, que acaba tornando a doença ainda mais letal e dando uma média de 6 meses de sobrevivência para o paciente.
Os pesquisadores decidiram, então, analisar 281 pacientes de câncer de pulmão. Durante o tempo que duraram as pesquisas, eles perceberam que a grande maioria dos fumantes acabavam desenvolvendo o câncer de cérebro.
Após esse índice preocupante, foram feitos exames em ratos de laboratório para tentar entender melhor. Foi quando os pesquisadores descobriram que a nicotina favorecia as metástases cerebrais, pois afetavam a micróglia, que é uma célula imune do cérebro, e, assim, os pacientes eram mais propensos a desenvolver a doença.
As descobertas são um resultado de uma pesquisa da Wake Forest School of Medicine e foi liderada por Kounosuke Watabe, que é professor na instituição e PhD no assunto. O trabalho reuniu 16 cientistas e estudiosos, e teve seus resultados publicados no periódico online Journal of Experimental Medicine.
Por conta disso, os pesquisadores buscaram algum tipo de medicamento que poderia anular esse processo da nicotina. E, segundo os estudos feitos em ratos, uma substância pode fazer essa função. O paternolídeo surge naturalmente após o fervimento de ervas medicinais e, durante a pesquisa, bloqueou a metástase induzida pela nicotina nos ratos.
Com isso, a expectativa de Watabe é de que o fervimento de paternolídeo possa trazer melhoras aos pacientes que já fumaram ou são fumantes. O sucesso ou não desse processo ainda não foi descoberto, mas os cientistas pretendem experimentar em pacientes do Wake Forest Baptist Health em um futuro próximo.
O centro médico onde os cientistas trabalham. (Fonte: Wake Forest Baptist Health/Divulgação)