Ciência
15/07/2020 às 08:00•2 min de leitura
Equipes de busca lideradas pela Dra. Kathleen Martínez, líder do projeto de escavações no templo de Taposiris Magna, no Egito, confirmaram que novas pistas envolvendo a incessante busca pelo túmulo da lendária rainha Cleópatra foram encontradas. Caracterizada como "sensacional" pela autora da iniciativa, a descoberta configura um dos eventos mais importantes para o time de exploradores, que desde 2005 cerca o local para identificar registros mais concretos.
Em situação de decomposição bastante avançada, especialmente devido a inúmeras infiltrações das águas do Nilo, uma câmara funerária com dois corpos mumificados foi encontrada no templo, datada de mais de 2 mil anos. Porém, mesmo com o desgaste, materiais relevantes enfeitando as ossadas sugerem uma importante ligação com a aristocracia da época, apontando para uma proximidade, inclusive, com a própria Cleópatra.
“Apesar de agora estarem cobertas de pó por permanecerem no subsolo há 2 mil anos, na época essas múmias seriam espetaculares", comentou o Dr. Glenn Godenho, professor de egiptologia da Universidade de Liverpool. "O fato de estarem cobertas de folhas de ouro mostra que foram membros importantes da sociedade”.
(Fonte: Arrow Media/Reprodução)
A confirmação da presença de ouro e adornos relativos à alta elite egípcia foi realizada após a utilização de técnicas de radiografia, identificando que os corpos se tratavam de um masculino e outro feminino. Na antiga sociedade local, o privilégio de ser enterrado com enfeites luxuosos era reservado apenas para membros ligados aos grupos mais ricos e com maior potencial econômico.
Além disso, em um dos achados foi encontrada uma referência ao sacerdócio egípcio, onde uma das mãos dos corpos continha uma marcação com o símbolo de escaravelho pintado a ouro, sugerindo que possuiria uma relação com a posição de poder supremo do Egito: o Faraó.
Desde 2005, grupos de escavadores concentram seus trabalhos para identificar registros concretos sobre o local de enterro da Cleópatra. A crença até então era que, a rainha, morta em 30 a.C., havia sido sepultada em Alexandria, cidade dizimada por uma tsunami em 365 a.C. e onde havia governado durante a era Ptolomaica do Egito Antigo.
(Fonte: Paul Olding/Reprodução)
Porém, os mais de 14 anos de buscas no templo de Taposiris Magna, localizada a 50 quilômetros das ruínas alexandríacas, sugerem que, de fato, a rainha possa estar nas proximidades. Além da descoberta dos corpos mumificados, um altar com cerca de 200 moedas de ouro com o nome e a face de Cleópatra também foi encontrado.