Cientistas revelam as causas do desaparecimento da megafauna asiática

13/10/2020 às 06:002 min de leitura

Há mais de 100 mil anos, todos os continentes da Terra contavam com animais grandiosos, compondo o que a comunidade científica chama de megafauna. Não se sabe exatamente o que os levou à extinção, se causa humana ou climática, mas pouca atenção foi dada às espécies perdidas no sudeste da Ásia. Julien Louys, da Universidade Griffith (Austrália), decidiu lançar luz sobre o cenário e, em um estudo que reconstruiu as dietas de vários animais desaparecidos da região a partir dos isótopos de seus dentes, descobriu que a transformação de florestas tropicais em savanas e vice-versa ao longo de 2,6 milhões de anos acabou com diversos exemplares – incluindo o Homo erectus, provavelmente.

Louys e seu colega, Patrick Roberts, do Max Planck Institute for the Science of Human History (Alemanha), explicam que os elementos analisados mostram que, no início da Era do Gelo, florestas tropicais eram abundantes por lá, mas foram substituídas por pastagens há cerca de 1 milhão de anos, fazendo com que algumas figuras prosperassem, como nosso familiar distante e o Stegodon, parente dos elefantes. Outras sumiram, a exemplo do Gigantopithecus black, o maior macaco que já existiu. Entretanto, as coisas mudaram novamente um tempo depois.

Stedogon, uma das espécies que prosperaram na savana asiática.
Stedogon, uma das espécies que prosperaram na savana asiática.

Uma combinação de alterações de temperaturas e mudanças geológicas regionais elevou o número de chuvas e possibilitou uma nova expansão das florestas, mantidas até o desmatamento em escala industrial. No processo, muitas espécies de savana morreram, incluindo alguns de nossos parentes mais próximos. “Apenas nossa espécie, Homo sapiens, parece ter as habilidades necessárias para explorar ambientes de floresta tropical e se manter com sucesso”, detalha Roberts.

“Todas as outras espécies de hominídeos foram aparentemente incapazes de se adaptar a esses ambientes dinâmicos e extremos.”

Novos perigos, novos desafios

Com essas informações, os pesquisadores afirmam não ter sido à toa a chegada dos primeiros humanos modernos à área entre 72 mil e 42 mil anos atrás, já que foi justamente o período em que as florestas tropicais começaram a ganhar relevância uma vez mais. 

Agora, infelizmente, espécies que dependem desses ambientes estão lutando contra a extinção – já que eles estão sendo devastados para darem lugar a plantações que sustentem a produção mundial de óleo de palma. “Os mamíferos do sudeste asiático estão sob ameaça sem precedentes pelas ações dos humanos. Corremos o risco de perder algumas das últimas megafaunas que ainda andam pela Terra”, alerta Louys.

Orangotango, uma das espécies que dependem de florestas tropicais e correm o risco de desaparecer.
Mamíferos que dependem de florestas tropicais correm o risco de desaparecer.

“Nossa perspectiva de longo prazo, portanto, fornece percepções críticas que são relevantes para as prioridades de conservação atuais”, defendem os cientistas, afirmando que, com o conhecimento adquirido, é possível reverter a situação.

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