Ciência
15/01/2021 às 05:00•2 min de leitura
A habilidade de datar precisamente um acontecimento ou até mesmo identificar a idade de um objeto é uma das mais impressionantes já desenvolvida pela ciência humana até os dias atuais. Através desse recurso, podemos desvendar muito sobre o passado da Terra e até mesmo compreender como sociedades antigas viviam.
Porém, como os cientistas fazem isso? De acordo com os especialistas na área, a datação por radiocarbono é a mais comum no meio. Esse método envolve medir a quantidade de carbono-14 — um isótopo do carbono — em diferentes objetos, o qual é formado na atmosfera e há anos faz parte da história do planeta.
Apesar da forma mais comum de carbono possuir seis nêutrons, o carbono-14 é dono de dois adicionais. Isso faz com que o isótopo seja mais pesado e muito mais instável do que o original, o que resulta em diversas quebras ao longo dos anos. Após um de seus nêutrons se dividir em um elétron e um próton, o primeiro escapa enquanto o último continua fazendo parte do átomo. E com um próton a mais, o isótopo se transforma em uma molécula de nitrogênio.
Quando qualquer ser vivo morre, ele para de ingerir o carbono-14 e a pequena quantia que sobra em seu organismo inicia um processo lento de decomposição radioativa. Os cientistas, então, descobriram quanto tempo demora para uma certa quantidade de carbono-14 desintegrar. Essa medida foi denominada de “carbono meia-vida” e permite a criação de uma estimativa sobre a idade de uma matéria orgânica.
A meia-vida de um carbono-14 representa 5.730 anos, tornando-a uma medida ideal para os pesquisadores que pretender estudar os últimos 50 mil anos de história da Terra. Entretanto, objetos muito antigos perdem mais de 99% do isótopo, fazendo com que pouca coisa sobre para ser estudada pela ciência.
Dessa forma, para medir a idade dos objetos mais velhos do mundo utiliza-se a datação por urânio, tório ou chumbo, outros isótopos radioativos comuns entre os objetos do planeta. Enquanto a datação por radiocarbono é ótima para medir a idade da matéria orgânica, elementos como o urânio são melhores para compreender o tempo de existência de rochas.
Através desse método, a ciência conseguiu descobrir a pedra mais antiga do mundo já vista pelos seres humanos, um cristal de zircão de 4,4 bilhões de anos localizado na Austrália.