Como a insônia atrapalha a nossa memória?

17/08/2021 às 04:002 min de leitura

Segundo uma pesquisa realizada pela Universidade de Michigan, quando ratos estão privados de sono, há um aumento na atividade dos neurônios inibitórios no hipocampo — área no cérebro que é responsável pelo processamento e armazenamento de novas memórias, relataram os pesquisadores. 

Em outras palavras, esses resultados apontam que, para garantir o armazenamento de novas informações antes de uma prova, por exemplo, é mais vantajoso ter uma boa noite de sono do que passar a madrugada tentando decorar novas informações.

A realização do estudo 

Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores precisaram analisar pesquisas anteriores e realizar testes. Outros estudos já haviam mostrado que há uma janela de tempo sensível, algumas horas após o aprendizado, que os ratos precisam dormir para consolidar totalmente essa memória. Nesse tempo, a atividade neuronal deve permanecer inalterada no hipocampo para que a transcrição e tradução do RNA ocorram normalmente dentro dos neurônios. 

As descobertas do novo estudo podem ter implicações para o desempenho humano e estratégias de aprendizagem. (Fonte: Pixabay/Reprodução)As descobertas do novo estudo podem ter implicações no desempenho humano e nasestratégias de aprendizagem. (Fonte: Pixabay/Reprodução)

Assim, os estudos foram realizados para analisar possíveis mudanças nas atividades dos neurônios e as alterações na tradução de proteínas. Primeiro, analisou-se as atividades dos neurônios do hipocampo quando os ratos tinham medo. 

O resultado foi um aumento de atividades em uma parte do hipocampo onde as memórias começam a se formar. Depois, quando os ratos foram privados de sono, observou-se que as atividades diminuíram em todo o hipocampo. Assim, as memórias dos ratos foram interrompidas. 

Os pesquisadores ainda sequenciaram o RNA dos ratos para entender como os neurônios reagem à privação de sono e quando dormem livremente. Assim, identificaram como imitar o mecanismo inibitório, interrompendo a atividade do hipocampo e a consolidação da memória. Os resultados do estudo foram divulgados no Proceedings of the National Academy of Sciences.

O impacto dos resultados obtidos

Os resultados obtidos são importantes, pois ajudam a entender como o cérebro processa e armazena informações. (Fonte: Freepik/Reprodução)Os resultados obtidos são importantes, pois ajudam a entender como o cérebro processa e armazena informações. (Fonte: Freepik/Reprodução)

Em distúrbios como o Alzheimer, em que as dificuldades para dormir são comuns, pode haver uma relação entre o mecanismo fisiológico descrito e a perda de memória com o tempo. Os pesquisadores ressaltam que esse sistema também tem função de proteção do neurônio ou uma reação adaptativa contra memórias estressantes. 

Há quem utilize a privação do sono após um evento traumático na tentativa de prevenir a síndrome de estresse pós-traumático. O estudo abre as portas para uma investigação mais profunda sobre a relação das atividades dos neurônios excitatórios e inibitórios que afetam a memória, bem como de que modo esses mecanismos são utilizados no sono REM e não REM. 

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