Artes/cultura
23/08/2021 às 08:00•2 min de leitura
Assim como um meteoro caiu na Terra e ajudou a dizimar os dinossauros, o mesmo poderia acontecer com a espécie humana. Essa possibilidade já foi explorada de forma dramática em filmes como Armageddon e Impacto Profundo, mas, além dos dramas hollywoodianos, isso é algo que poderia muito bem acontecer na realidade.
A questão é que os últimos objetos celestes de grande porte que caíram na Terra acertaram locais remotos. O mais recente foi o meteoro de Chelyabinsk, com 17 metros de diâmetro e 10 mil toneladas, que rasgou o céu do sul da Rússia em 2013. Ele explodiu no ar e se partiu antes de atingir o solo, gerando 30 vezes mais energia do que a bomba de Hiroshima.
Milhares de prédios em seis cidades da região tiveram vidros quebrados e tetos arrancados, com mais de 33 milhões de dólares em prejuízo. Felizmente, ninguém morreu, porém cerca de 1,2 mil pessoas ficaram feridas.
Imagem: G1/Reprodução
Estima-se que um impacto como o de Chelyabinsk ocorra uma vez a cada 60 anos. Esse foi, de fato, o maior registrado em mais de 1 século. Em 1908, por exemplo, ocorreu o maior impacto de um objeto celeste na história recente da Terra, o evento de Tunguska.
Não se sabe exatamente qual era o tamanho do objeto que atingiu a região do Rio Tunguska, no meio da Sibéria, em 30 de junho de 1908, mas estima-se que ele tinha, pelo menos, 3 vezes o tamanho do meteoro de Chelyabinsk. A explosão foi estimada entre 10 e 15 megatons — o que equivale a mil bombas de Hiroshima.
Uma área de 2 mil km2 — maior do que o município de São Paulo inteiro — foi simplesmente devastada, com a destruição de mais de 80 milhões de árvores. Um terremoto de 5 graus na escala Richter resultou da explosão, que pôde ser sentida há milhares de quilômetros dali, em lugares como Londres ou Washington (EUA). Felizmente, não se sabe de nenhuma morte causada pelo evento de Tunguska, já que ele aconteceu em uma floresta extremamente remota, no meio da enorme e despovoada Sibéria.
A questão é que esse objeto celeste caiu em uma região que até hoje não é povoada, mas e se ele acertasse uma cidade como Tóquio, São Paulo ou Nova York? O youtuber Real Life Lore estudou essa hipótese — e ela seria, no mínimo, catastrófica.
Para efeito de comparação, a bomba de Hiroshima explodiu a 500 metros do chão e destruiu cerca de 70% das construções na cidade. Já o meteoro de Tunguska explodiu mais alto, mas com uma energia mais de mil vezes maior.
Bombeamentos de Hiroshima e Nagasaki. (Imagem: Wikimedia Commons)
Sendo assim, no momento em que o meteoro fosse atingir a cidade, a explosão já seria mais forte do que a luz do sol e deixaria todos que olhassem para ela cegos. Supondo que a Ilha de Manhattan fosse o epicentro do desastre, ela seria totalmente incinerada no mesmo instante. Um calor infernal seria sentido até 50 ou 70 quilômetros dali, junto a uma onda de choque que poderia atingir pessoas por vários metros.
Dentro desse raio de 50 km a 70 km, quem não fosse incinerado instantaneamente na explosão, morreria por conta dos incêndios gerados pelo calor ou pelos desabamentos com a onda de choque. Mesmo que alguém conseguisse sobreviver, ficaria cego ou surdo com o estouro.
A onda de choque se espalharia por até 1,6 mil quilômetros, quebrando vidros e gerando riscos de desabamento até Orlando (Flórida). As vidas perdidas ficariam na casa das dezenas de milhões, já que só em Nova York vivem quase 20 milhões de pessoas. Aqui no Brasil, se esse meteoro caísse em São Paulo, a destruição iria de Florianópolis (SC) a Vitória (ES).