Estilo de vida
10/12/2021 às 06:30•2 min de leitura
Em uma missão sediada na Universidade de Barcelona, que contou com o apoio de 14 especialistas da Espanha, Itália, França, Estados Unidos e Egito, escavadores encontraram, no sítio arqueológico de El-Bahnasa (Egito) tumbas perfeitamente preservadas e datadas de mais de 2,5 mil anos, com duas delas sendo ocupadas por múmias com línguas de ouro.
(Fonte: Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito/Reprodução)
De acordo com notícia divulgada pelo The Times of Israel, um homem e uma mulher foram colocados para descansar em sarcófagos de calcário na antiga cidade de Oxirrinco, localizada a cerca de 160 km em direção sul-sudoeste do Cairo, na província de Al-Minya. O casal foi morto em meados de 525 a.C., levados com a dinastia Saite, último reino nativamente egípcio a dominar o país antes da chegada dos persas, no século VI a.C.
O fato mais curioso do achado se deu por conta da presença de línguas de ouro em ambos os corpos, um amuleto utilizado no Antigo Egito para permitir que defuntos se comunicassem com Osíris, deus do submundo e da morte. Além disso, o sarcófago da mulher mostrou sinais de que havia sido aberto anteriormente, enquanto o do homem não apresentou vestígios de desgastes e revelou ter estado intocado por mais de dois milênios.
(Fonte: Egyptian Ministry of Tourism and Antiquities/Reprodução)
Ao lado dos corpos, foram identificados centenas de estatuetas funerárias feitas de um material chamado faiança, forma de cerâmica feita com massas porosas brancas, e com representações que indicavam homenagens ao deus Hórus, divindade egípcia relacionada aos céus e aos vivos. Também foram registrados itens como representações de corações e penas, peças esféricas, amuletos e escaravelhos, tudo posicionado para acompanhar os corpos na vida após a morte.
Na tumba imaculada, onde se alojava a múmia masculina, os escavadores documentaram a existência de potes canópicos que abrigavam os órgãos internos do homem, procedimento amplamente utilizado no processo de mumificação em que o cadáver era estripado para evitar sua rápida degradação, deixando apenas o coração em seu devido lugar.
(Fonte: Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito/Reprodução)
A pesquisa foi resultado de um trabalho que vem sendo realizado em El-Bahnasa há mais de 30 anos. Desde então outras três múmias com língua dourada surgiram no local, assim como criptas bizantinas, corpos banhados em folhas de ouro e inúmeras tumbas datadas da era romana. A previsão é de que a missão arqueológica na região seja interrompida no início de dezembro, com retorno marcado apenas para 2022.