Mistérios
05/02/2022 às 11:00•2 min de leitura
Além de ser o maior planeta do Sistema Solar, com uma massa cerca de 2,5 vezes a de todos os outros planetas do sistema somados, Júpiter chama a atenção por uma grande presença de satélites naturais em sua órbita, visto que um total de 79 estão dispersos em seu entorno.
Atualmente, o corpo celeste fica atrás apenas de Saturno como dono da maior quantidade de luas, embora descobertas recentes indiquem que mais segredos podem estar ocultos ao redor do gigante gasoso.
As primeiras luas de Júpiter foram descobertas em 1610 por Galileu Galilei (1564-1642), que contou com o apoio de um telescópio para acompanhar o movimento de 4 corpos estranhos que pairavam no espaço. Após noites de observação, o físico se inspirou em nomes da mitologia greco-romana para batizar as luas galileanas, chamando-as de Ganimedes, Calisto, Europa e Io, que mais tarde foram classificadas como os maiores satélites naturais do planeta.
(Fonte: NASA / Reprodução)
Acredita-se que a forte presença de luas pequenas e gigantes — Ganimedes, por exemplo, é apenas 2,4 vezes menor do que a Terra — seja resultado de uma grande área de estabilidade gravitacional em torno de Júpiter. Além disso, o planeta tem o campo magnético mais poderoso do Sistema Solar, e qualquer objeto que ouse passar por suas proximidades é atraído como lua ou é desintegrado pelas marés gravitacionais.
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As descobertas de Galileu forneceram a base necessária para a compreensão das propriedades atmosféricas de Júpiter, já que foram capazes de determinar que as luas são os principais fornecedores da poeira que forma os anéis ao redor do planeta.
Estudos apontam que as luas galileanas ainda continuam atraindo o maior interesse da comunidade acadêmica, especialmente por apresentarem uma interação de destaque com períodos orbitais que variam de 7 horas a quase 3 anos terrestres.
Atualmente, 53 luas de Júpiter têm nomes, enquanto as outras 26 conhecidas estão aguardando classificação oficial. Além disso, outros 7 grupos integram os satélites orbitais do planeta gasoso, sendo eles o Almateia, Temisto, Himalia, Carpo, Ananke, Carme e Pasife.
(Fonte: NASA/Reprodução)
Enquanto as luas primordiais de Júpiter chegam a ser maiores do que os chamados "planetas-anões" (Ceres, Makemake, Haumea, Eris e Plutão), outros corpos chamam a atenção por ir na "contramão" e serem minúsculos se comparados à maioria. É o caso de uma lua sem nome descoberta em 2017 pelo astrônomo Scott S. Sheppard, que leva 1,5 ano para orbitar o planeta e tem menos de 1 km de diâmetro, cerca de 5 mil vezes menor do que Ganimedes.
A próxima grande missão para explorar as luas de Júpiter é o Europa Clipper da National Aeronautics and Space Administration (NASA), prevista para ocorrer em 10 de outubro de 2024 e planejada para realizar um reconhecimento detalhado de Europa — a fim de verificar se o satélite natural tem uma "zona habitável" e armazena o dobro de quantidade de água existente na Terra.