Ciência
02/05/2022 às 06:33•2 min de leitura
É comum que algumas pessoas se questionem sobre o trabalho dos cientistas. Afinal. como eles podem saber tanto sobre eventos que ocorreram há tantos anos, como a extinção dos dinossauros? Pois em muitos casos, esse trabalho se parece muito com o dos detetives, exigindo a análise minuciosa de pistas.
Um exemplo disso é a cratera de Chicxulub, localizada no México. Hoje, pesquisadores já sabem que esse local é resultado da queda do meteoro que dizimou os dinossauros da Terra. Como isso foi possível? Analisando as pistas que esse incidente deixou.
Os cientistas estudaram a poeira presente no topo da cratera e descobriram que ela era rica em Irídio. A concentração no topo da cratera é quatro vezes maior do que a encontrada no resto do planeta. Esse elemento químico é comum em meteoros e essa foi uma das evidências usadas para definir que a cratera mexicana surgiu após a fatídica queda do meteoro que mudaria a história do planeta.
Essa poeira de Irídio é o único resquício físico do meteoro. Resíduos desse material já teriam sido encontrados em outros locais do globo, como na Espanha e na Itália, também como uma consequência do mesmo impacto.
(Fonte: Reprodução; Google Maps)
(Fonte: Shutterstock)
Ao que tudo indica, os dinossauros não teriam mesmo muita chance de terem sobrevivido à queda desse meteoro. Simulações criadas pelo Imperial College London mostram que essa imensa pedra caiu em um ângulo mortal: 60 graus.
Essa angulação fez com que a liberação de gases causada pelo impacto fosse maior. Isso alterou completamente o clima da Terra, matando espécies de animais e vegetais por décadas. Aliás, esse é um ponto interessante levantado pelos cientistas: nem todas as espécies extintas morreram no exato momento da colisão. Muitas só foram deixar de existir apenas décadas depois do ocorrido.
Depois da colisão, toneladas de enxofre foram liberadas na atmosfera. Esses gases vieram justamente dos minerais que formavam o solo do local em que caiu o meteoro. Análises revelaram a ausência de enxofre na cratera. Isso é surpreendente, pois as rochas ao redor dela são formadas por evaporitos, rochas ricas nessa substância. Ou seja: ao cair, o meteoro vaporizou esses minerais, liberando o enxofre no ar.
Isso bloqueou a luz do Sol e colocou o planeta em uma espécie de "inverno nuclear". Além disso, os gases tóxicos voltavam ao solo em forma de chuva ácida, o que contribuiu para a morte em cadeia das espécies que existiam. Resumindo: os animais que não morreram com terremotos e tsunamis causados pelo impacto, morreram de fome, sede ou frio.