Chineses encontram floresta em buraco de 192 metros de profundidade

23/05/2022 às 06:302 min de leitura

Do cadáver com mais de 2 mil anos mais preservado da História a um exército de esculturas de guerreiros feito em 246 a.C., a China, com uma das heranças culturais e sendo a nação mais antiga da Terra, continua surpreendendo o mundo com suas descobertas impressionantes.

Recentemente, em Guangxi Zhuang, uma área que faz fronteira com o Vietnã, conhecida por seus rios, cavernas e altas formações de revelo, foi descoberto um buraco imenso com 192 metros de profundidade, 366 metros de comprimento e 149 metros de largura.

Liderada por Chen Lixin, a exploração encontrou árvores antigas e plantas de sombra (plantas cultivadas para fornecer sombra e várias culturas. Crescem, normalmente, em um local sombreado onde recebe baixa intensidade de luz, entre elas o café ou baunilha), com árvores podendo chegar até 40 metros de altura.

Escondendo riquezas

(Fonte: Wall Street Journal/Reprodução)(Fonte: Wall Street Journal/Reprodução)

No entanto, Lixin não acredita que exista apenas isso. Em entrevista à Live Science, ele confessou que, provavelmente, o buraco contém outras formas de vida que nunca foram descritas ou imaginadas pela ciência, apenas esperando serem descobertas.

Conhecidos como Tiankeng ou "poços celestiais", esses buracos gigantes já estão quase se tornando rotina na história da China, especificamente da região autônoma de Guangxi Zhuang. Isso porque é o 30º sumidouro descoberto na área. Como informa uma matéria da Newsweek, só em 2019, foram encontrados 19 buracos, inclusive pela mesma equipe de Lixin.

(Fonte: The Weather Channel/Reprodução)(Fonte: The Weather Channel/Reprodução)

O motivo de a região ser tão privilegiada por esse fenômeno natural se deve pela sua topografia cársica, que acaba acumulando dióxido de carbono da chuva, se tornando mais ácida, corroendo o leito rochoso e o tornando suscetível à formação de buracos e cavernas. Devido a isso, pode-se criar um abismo, que colapsa e se torna o que chamam "sumidouros".

“Por causa das diferenças locais na geologia, clima e outros fatores, a forma como o carste aparece na superfície pode ser dramaticamente diferente”, disse George Veni, diretor executivo do National Cave and Karst Research Institute (NCKRI) dos EUA, em entrevista à Live Science.

Cantos do mundo

(Fonte: National Geographic/Reprodução)(Fonte: National Geographic/Reprodução)

Os sumidouros, porém, não são exclusivos da topografia chinesa. É possível encontrá-los nos EUA que, segundo à Live Science, possui 20% da topografia carste; no México e na Nova Guiné, ambos conhecidos por também terem grandes sumidouros.

A diferença é que, nessas outras partes do mundo, pode ser que você não os perceba, porque são bastante moderados, com apenas um ou dois metros de diâmetro. Por vezes, é necessário que os exploradores se espremam por pequenas passagens para que possam descobrir esse mundo natural subterrâneo escondido das vistas de todos.

(Fonte: Ecns.com/Reprodução)(Fonte: Ecns.com/Reprodução)

De acordo com Veni, as belezas que esses buracos grandes guardam são, em sua maioria, reservas profundas de água subterrânea — o que explica o sinônimo "poço celestial". E eles não estão imunes à poluição, visto que aquíferos cársicos são os únicos que podem ser contaminados com resíduos sólidos. Estima-se que cerca de 700 milhões de pessoas obtém água deles.

“Eu tirei baterias de carros, barris, garrafas e mais um monte de coisa do fluxo de água ativo da caverna”, revelou Veni.

Só por enquanto, o novo sumidouro descoberto em Zhuang exala para o mundo através de sua imensa cavidade, o frescor de uma natureza recém-descoberta, provavelmente, milenar.

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