Artes/cultura
21/11/2023 às 02:00•2 min de leitura
O sono desempenha uma função primordial para a cognição, uma vez que é durante o repouso que todo o conhecimento obtido ao longo do dia é consolidado. No entanto, para quem busca ter uma boa performance no dia a dia, seja para estudar, trabalhar ou praticar qualquer tipo de atividade, a quantidade de horas dormidas não é a única coisa que importa.
Isso porque o ritmo circadiano também possui um papel-chave ao ser o responsável por regular nossos estados mentais e físicos ao longo do dia e ter relação direta com os diferentes cronotipos. Estes, por sua vez, fornecem uma melhor compreensão do porquê algumas pessoas enfrentam dificuldades para acordar cedo ou para estudar à noite.
(Fonte: Getty Images)
Antes de avançar nesse assunto, é preciso conhecer as diferenças que estão envolvidas nesses cronotipos. As pessoas chamadas "cotovias" acordam pela manhã sem dificuldades ou até mesmo dispensando o auxílio do despertador. Se começam a trabalhar logo cedo, realizam suas tarefas com um excelente desempenho, sendo este o período em que está concentrado o foco de energia.
À medida que o dia vai acabando, essa força parece se dissipar, e durante a noite, elas estão contando os minutos para dormir. Já os "notívagos", ou "corujas", ficam mais despertos à medida que o dia passa e, naturalmente, isso se reflete em tudo o que fazem. Pela manhã, ainda que tenham dormido bem, tendem a não apresentar a maior das disposições.
E, por incrível que pareça, também há pessoas que não se enquadram em nenhum desses modelos e ficam entre esses dois extremos, apresentando uma maior flexibilidade. Ou seja, é preciso analisar bem para não minar a própria rotina no longo prazo. Mas, uma vez se conhecendo, é possível aproveitar o pico cognitivo dentro do dia e reservar esse período para realizar as tarefas mais importantes.
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Atingir essa sincronia pode ser justamente o que falta para tornar os dias mais produtivos. Isso vale para estudar e até mesmo para tomar decisões. Ao explorar esse efeito, um estudo publicado na revista Collabra: Psychology ilustra o impacto do cronotipo sobre a concentração.
130 participantes, monitorados online, responderam a questionários e tonaram algumas diferenças evidentes. Começando pelo fato de que aqueles que dormiram menos na véspera do teste relataram divagar mais durante o experimento, o que demonstra o papel da quantidade de horas dormidas diariamente.
Conforme o esperado, ainda foi possível observar que os notívagos divagaram mais durante o período matutino, e o oposto ocorreu entre as cotovias. Para os que possuem o cronotipo neutro, os pensamentos não foram mais recorrentes em nenhum período do dia, em específico. Apesar de fornecer um recorte limitado, o estudo mostra a relação da sincronia com a frequência de pensamentos intrusivos que ronda a mente.
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Por mais que a definição do ritmo circadiano pareça restrita, é importante lembrar que ele, além de impactar em diversos aspectos, passando até mesmo pelo humor, ainda é afetado por diversas variáveis, como a exposição à luz, em especial a luz azul, presente nos celulares e computadores.
A temperatura, o som e as refeições também exercem sua cota de influência. Mas, ao considerar o aspecto individual, fica mais fácil de entender por que é importante ter atenção a tantos detalhes quando estamos em busca de melhores noites de sono e dias mais produtivos.