Artes/cultura
24/08/2024 às 10:00•2 min de leituraAtualizado em 24/08/2024 às 10:00
Ter insônia costuma ser um verdadeiro pesadelo na vida das pessoas. Por isso, é estranho imaginar que um sujeito que não dormiu durante a maior parte de sua vida tenha aguentado viver até os 94 anos.
Essa é a história de Albert E. Herpin, um homem que vivia em Trenton, em Nova Jersey, que disse ter dormindo zero horas ao longo de 30 anos. Por conta disso, ele ganhou o apelido de "O Homem que Nunca Dormiu".
Albert E. Herpin nasceu em Paris, em 1862, mas viveu a maior parte da sua vida em Nova Jersey, até morrer em janeiro de 1947. Ele afirmou nunca ter dormido, mas a causa dessa condição de saúde é até hoje desconhecida.
Em um artigo do The New York Times de 29 de fevereiro de 1904, foi relatado que "Albert Herpin, nascido na França em 1862 e por quinze anos um cavalariço a serviço do Freeholder Walter Phares desta cidade, declara que não dormiu um minuto durante os últimos dez anos. Não obstante isso, ele está em perfeita saúde e não parece sofrer nenhum desconforto devido à sua condição notável".
Ele teria começado a ficar cansado só depois de 30 anos, de acordo com um artigo do The Evening World de Nova York, publicado em abril de 1912. O texto afirmava: “Ele diz que está fisicamente fraco e acredita que um cochilo de apenas cinco minutos lhe daria uma nova vida”.
O fato é que Herpin não tinha qualquer desejo por dormir – ele simplesmente não sentia falta dessa função orgânica fundamental para a saúde de todos, já que os médicos recomendam pelo menos 8 horas diárias de sono. O sujeito supostamente ficava à noite lendo jornais em sua poltrona, ou trabalhando como um fabricante de cerâmica. Relatos documentam de que ele nunca parecia sonolento.
Por conta do afastamento temporal, não há muita documentação sobre o caso de Herpin. Mas há alguns relatos históricos, como os artigos já citados. O texto de 1912 afirma que Herpin parou de dormir em 1882, após a morte de sua esposa, quando ele tinha apenas 30 anos.
Mais adiante, um relatório de 1936 afirma que sua falta de sono vem desde o seu nascimento. "Sua mãe estava preocupada, pois todos os outros membros da família dormiam normalmente", dizia. Médicos teriam atendido o curioso homem, mas nada de anormal foi constatado.
A imprensa de sua época guarda declarações de Herpin sobre a sua condição. Ele teria dito a repórteres: "Não acredito que um homem precise dormir, e acredito que viverei uma vida longa sem isso. Até alguns dias atrás, quando comecei a me sentir cansado, eu me sentia tão bem quanto quando era jovem. Para dizer a verdade, eu odiaria dormir uma parte da minha vida. Acho que consigo pensar e trabalhar melhor à noite do que durante o dia. Nunca fiquei realmente doente na minha vida, e acredito que sou tão forte hoje quanto qualquer homem da minha idade nesta cidade".
De fato, Albert E. Herpin acabou tendo uma vida longeva, e faleceu em 3 de janeiro de 1947, quando já tinha 94 anos. Seu obituário foi registrado no The New York Times e dizia: "A morte chegou hoje para Al E. Herpin, um recluso que vivia nos arredores da cidade e insistia que nunca dormia. Ele tinha 94 anos e, quando questionado sobre sua alegação de 'insônia', afirmou que nunca realmente cochilava, mas apenas 'descansava'. Nenhuma outra pessoa com insônia total viveu por um período tão longo. É provável que ele tenha morrido por outros motivos, não por privação de sono, pois sua insônia não pareceu ter qualquer efeito em sua saúde".