Ciência
01/08/2024 às 12:00•2 min de leituraAtualizado em 01/08/2024 às 12:00
Ninguém duvida que o britânico Stephen Hawking foi o maior físico teórico dos nossos tempos. Ele fez contribuições importantes para a relatividade e a física quântica. Foi também o primeiro a perceber que o Big Bang surgiu de uma singularidade, ou seja, o Universo começou de um ponto infinitamente pequeno e denso, onde as atuais leis da física jamais funcionariam.
Depois, Hawking trouxe toda uma abordagem sobre buracos negros, nas quais soube descrever como ninguém a forma como esses monstros cósmicos se fundiam, e a previsão de que eles poderiam eventualmente evaporar e desaparecer. Esse fenômeno, conhecido como radiação Hawking, propõe que os buracos negros emitam radiação devido a efeitos quânticos.
Mas, felizmente, Stephen Hawking nem sempre acertou 100% das suas descobertas. Humanamente real e, muitas vezes, perplexo ante suas próprias descobertas, o físico se mostrou surpreso e aborrecido ao descobrir que a informação engolida por buracos negros evapora em forma de fótons virtuais, resultantes de flutuações quânticas no espaço-tempo, à beira do horizonte de eventos.
Descrito por sua mãe, Isabel, como um garoto quieto e reflexivo, com um "um forte senso de admiração" por assuntos do espaço, Hawking era apenas um aluno mediano na escola primária para meninas na cidade de St. Albans, na Inglaterra, que admitia meninos até dez anos. Segundo o site Biography, ele era o terceiro da classe, de baixo para cima.
Mas essa falta de esforço na vida acadêmica, que também ficou flagrante durante o tempo que passou na Universidade de Oxford, pode ser encarada como um sinal de inteligência, do tipo: com o nível de inteligência que tenho, para que me esforçar? Isso fez com que o maior físico do planeta só aprendesse a ler aos oito anos de idade. Questionado sobre a falta de empenho em Oxford, ele dizia que a matemática era "ridiculamente fácil".
Mas a aparente apatia mudou drasticamente, segundo o Biography, quando Hawking recebeu o diagnóstico de ELA (esclerose lateral amiotrófica) aos 21 anos. "Ao perder a coordenação motora fina de minhas mãos, fui forçado a viajar pelo universo em minha mente e tentar visualizar as maneiras pelas quais ele [o cosmos] funcionava", teria dito o cosmólogo.
Em 1973, Hawking entregou seu artigo sobre a "termodinâmica dos buracos negros", no qual afirmava que, se um astronauta caísse em um deles, seria devolvido ao resto do Universo na forma de radiação. O presidente da banca examinadora do Laboratório Rutherford em Oxfordshire, John Taylor, classificou o trabalho como "lixo absoluto".
Hawking cometeu outros erros na vida, como achar que, quando um buraco negro evaporasse, toda sua informação seria perdida; ou defender a existência de buracos negros primordiais; e até mesmo suas famosas partículas virtuais criadas no horizonte de evento são alvo de questionamentos hoje.
Sempre questionador, Stephen Hawking recebeu o diagnóstico de ELA aos 21 anos, com uma sobrevida estimada em no máximo três anos. Viveu mais 55, falecendo no dia 14 de março de 2018, coincidentemente data do aniversário de Albert Einstein.