Como era a vida dos estudantes nas primeiras universidades do mundo

08/10/2023 às 04:002 min de leitura

A etapa universitária costuma ser um momento central na vida de quem tem a oportunidade de cursar uma graduação. Ela é geralmente um período de descobertas, experimentações e, claro, muita dedicação aos estudos. Mas como será que era a realidade dos estudantes nas primeiras universidades do mundo?

As primeiras instituições de ensino desse tipo surgiram na Idade Média, na Europa Ocidetal, sobretudo nos reinos da Sicília e Nápoles, na Itália, além da Inglaterra, França, Espanha, Portugal e Escócia. Elas foram iniciadas por volta dos séculos XI e XV, e ofereciam cursos e disciplinas voltadas às artes, à teologia, ao direito e à medicina.

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A vida dos estudantes universitários medievais

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Assim como hoje, a vida nas universidades funcionava para muitos jovens como o primeiro contato com a própria autonomia. Várias instituições permitiam os jogos de azar, além da música e do xadrez. Sabe-se que universidades famosas, como Oxford (fundada por volta de 1096), ofereciam acomodações estudantis bem simples, com o mínimo de conforto.

Além disso, a realidade dos estudantes medievais era marcada pela escassez de dinheiro. Era comum que escrevessem cartas para os pais pedindo por uma verba para comprar mais livros (o que, muitas vezes, era uma desculpa para gastar em outras coisas). Ou seja, os universitários não eram tão diferentes dos atuais. Há o registro de uma carta de uma mãe para seu filho, que dizia: "estou lhe enviando pelo portador desta carta 20 xelins como você me pediu na sua, cobrando-lhe que resista a todas as loucuras e mantenha os bons hábitos".

Como estes alunos viviam longe de seus pais e parentes, as universidades foram personificadas como uma nova família: elas passaram a ser chamadas de "alma mater" (mãe nutridora), que seria responsável por seus filhos. Já os professores eram enxergados como figuras paternas, e os colegas como irmãos.

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As preocupações dos pais

Universidade de Bolonha, na Itália, em funcionamento desde 1088. (Fonte: Wikimedia Commons)Universidade de Bolonha, na Itália, em funcionamento desde 1088. (Fonte: Wikimedia Commons)

Obviamente, nessa época, apenas os rapazes poderiam frequentar os bancos universitários, e não podiam ter contato com mulheres. Muitas vezes, até as mulheres da família eram proibidas de visitar os estudantes. Nos estatutos das instituições, lia-se que elas eram “a cabeça do pecado, a arma do diabo, a expulsão do Paraíso e a corrupção da lei antiga e, portanto, todo o contato com mulheres deveria ser cuidadosamente evitado”. 

Há registros que mostram que alguns pais tinham receio sobre o que poderia ocorrer com os filhos por irem estudar nas universidades. Em uma peça de 1509 chamada I suppositi, há uma cena em que um personagem revela seus sentimentos conflitantes sobre os estudos de seu filho: ele sabia que o herdeiro precisava sair de casa e estudar, mas fala que ficaria satisfeito se ele não continuasse seus estudos e voltasse para casa.

Embora seja uma obra de ficção, pode-se entender aqui que provavelmente refletia o sentimento de muitos pais. Uma razão disso pode ser porque a comunicação com o rebento, por meio de cartas, levava muito tempo.

Ainda assim, os historiadores apontam que os estudantes contavam com as famílias para apoio financeiro e orientação. Era um período desafiador para todos, e causava, tal como hoje, transformações significativas para toda a comunidade.

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