Artes/cultura
11/11/2020 às 14:00•1 min de leitura
O pintor espanhol Antonio Guzmán Capel fez uma denúncia no último sábado (7) em seu perfil no Facebook que indignou artistas e especialistas em conservação da Espanha: um restaurador adulterou grosseiramente uma escultura da fachada de um banco na cidade de Palência, transformando o que era uma mulher sorridente numa grosseira caricatura.
Chamado de “cabeça de batata de Palência”, o trabalho desfigurado é uma cena pastoral esculpida em 1923 e tem sido transformada em memes na internet, que comparam o rosto grosseiro com o do presidente norte-americano Donald Trump, que estaria se mudando para Palência após a derrota nas eleições, segundo as brincadeiras.
Em resposta às críticas veementes que têm sido feitas à restauração de Palência, a Associação Profissional de Restauradores e Conservadores da Espanha (ACRE) postou num Tweet que o malfadado trabalho “NÃO era uma restauração profissional”.
Muitos profissionais da conservação foram às redes sociais para externar sua indignação e questionar a contratação de profissionais sem formação para execução de trabalhos que se revelaram verdadeiros desastres, como a restauração do afresco Ecce Homo, de Elías García Martínez, hoje conhecido na cidade de Borja como “Cristo Macaco”.
Em julho passado, a vice-presidente da ACRE, Maria Borjas, já defendia o estabelecimento de regulamentos mais rígidos para a contratação de trabalhos de restauração. Na época, a artista denunciou que desastres como o agora ocorrido “são muito mais frequentes do que você pensar”.
O “restaurador” de Palência não teve sua identidade revelada.