Ciência
28/11/2020 às 10:00•2 min de leitura
Conhecida como “Pérola Azul do Marrocos”, a cidade de Chefchaouen, localizada no norte do país, é um verdadeiro marco arquitetônico no planeta, sendo banhada por diversos tons azulados que se derramam por cima de suas edificações.
Fundada em 1471, o local também chamado de Xexuão, foi construído como uma pequena fortaleza levantada para combater os ataques portugueses. Além disso, serviu de abrigo para diversos povos como judeus, mouros e outros, e tal miscigenação é um relevante ponto de debate na tentativa de esclarecer as origens do tom pouca convencional.
Especialistas acreditam que a maior influência para a cor de Xexuão, vinculado ao conceito de realeza na cabala (mística judaica), tenha sido a grande presença de figuras das elites na cidade, já que o território foi disputado por inúmeras dinastias muçulmanas. A área também chegou a ser visitada pelo rei Ferdinando II e sua esposa Isabella I, de Castela e Aragão, que aplicaram a Inquisição Espanhola para estabelecer o catolicismo.
Em contrapartida, outros historiadores afirmam que a pintura foi reforçada após a década de 1930, quando refugiados judeus dos campos de concentração nazistas foram para a cidade. Tradicionalmente, a cor azul é relacionada ao céu, ao paraíso e à transformação entre o corpo e o espírito.
Enquanto grande parte das crenças sobre as cores da cidade permeiam a ascensão dos judaica em meio à região, outras indicam que a presença da coloração funciona como um mecanismo antiestresse; basicamente uma espécie de efeito calmante que mantém afastados os mosquitos — informação já desmentida, porém ainda validada por alguns — e alivia o clima local.
“O azul foi escolhido porque alivia os olhos, especialmente no verão, quando o sol está forte”, disse o artista Mohsine Ngadi. “Ninguém está sempre com pressa aqui; o estresse não existe”.
Curiosamente, mais de 500 anos depois de sua fundação, muito pouco foi esclarecido sobre a origem dos tons da misteriosa cidade do Marrocos, mas sua beleza realmente é inegável.