Integralistas: quem são os integrantes do fascismo brasileiro

28/11/2021 às 06:003 min de leitura

Criado nos anos 1930, o Integralismo brasileiro é um movimento de extrema direita, político e conservador, tendo como principais fontes de inspiração os movimentos europeus da mesma época, como o fascismo italiano e o nazismo alemão.

Integralistas nos anos 1930. (Fonte: Pleno/Reprodução)Integralistas nos anos 1930. (Fonte: Pleno/Reprodução)

Apesar de ter passado por diversas fases e perdido grande parte de sua relevância, o Integralismo segue presente no contexto político brasileiro, incluindo episódios de violência.

Origens do movimento

Plínio Salgado — jornalista, escritor e político — e a organização fundada por ele, a Ação Integralista Brasileira (AIB), formam as principais bases do fascismo no Brasil. Tudo começou na década de 1930, quando Plínio viajou por várias regiões da Europa e teve a oportunidade de conhecer Benito Mussolini e o fascismo que dominava a Itália.

Saudação Saudação "anauê", adotada pelos integralistas brasileiros. (Fonte: Wikipedia/Reprodução)

Para Plínio, o encontro com o ditador italiano foi muito revelador e, em 7 de outubro de 1932, ele divulgou o "Manifesto de Outubro", documento considerado a certidão de nascimento do Integralismo no Brasil.

As semelhanças entre o movimento brasileiro e os grupos nazifascistas europeus eram evidentes: os uniformes, as saudações entre os membros e, obviamente, a doutrina que disseminavam. A letra grega sigma (S), escolhida como símbolo, trazia o significado de uma população unida e integrada a um Estado forte e militarizado.

Em 1937, dadas as próprias características do que defendiam, os integralistas decidiram apoiar a ditadura de Getúlio Vargas com o golpe do Estado Novo. E, claro, as lideranças do movimento também queriam aproveitar o que estava acontecendo para conseguir cargos no governo e até mesmo ampliar seu campo de ação.

Não foram bem-sucedidos, no entanto. Quando assumiu o governo do Brasil, Getúlio Vargas acabou com todos os partidos políticos e paralisou o movimento integralista. O que estava ruim para o movimento piorou em 1938, quando tentaram dar um golpe no governo em uma ação que ficou conhecida como Levante Integralista. Não tiveram sucesso.

Os herdeiros de Plínio Salgado

Depois da tentativa de golpe, as ações da AIB praticamente desapareceram, assim como seus membros. No entanto, o movimento nunca "morreu" por completo.

Atualmente, os Integralistas existem em grupos bem mais discretos e quase sem nenhuma força política (neointegralistas), mesmo ainda havendo vários que disputam o título de "herdeiros" das ideias de Plínio Salgado, que morreu em 1975.

Integrantes da FIB fazem saudação integralista. (Fonte: UOL/Reprodução)Integrantes da FIB fazem saudação integralista. (Fonte: UOL/Reprodução)

A Frente Integralista Brasileira, surgida em 2004, é o grupo de maior evidência nos dias atuais. Nos últimos anos, alguns de seus membros se filiaram ao PTB, do ex-deputado e agora preso, Roberto Jefferson. As ideias retrógradas do partido mergulham fundo no conservadorismo cristão e no armamentismo, além das bases de extrema direita que também atraem atenção dos neointegralistas.

Embora menores e com ações concentradas na internet, as características permanecem as mesmas: assim como os integralistas dos anos 1930, os atuais se guiam por ideias autoritárias, tradicionalistas e nacionalistas, sem deixar de lado preceitos religiosos extremamente rigorosos.

Além disso, o norteamento continua igual: cabe ao Estado, por meio da coerção da população, manter uma unificação integral da sociedade.

Violência e reorganização

Para o professor Odilon Caldeira Neto, um dos autores do livro O fascismo em camisas verdes: do integralismo ao neointegralismo, a violência, diferentemente da primeira fase do Integralismo, parece ser um dos pontos centrais agora.

(Fonte: Helvio Romero/ Isto É/ Reprodução)(Fonte: Helvio Romero/Isto É/Reprodução)

O jornalista Pedro Doria, autor de Fascismo à Brasileira, aponta que nos anos 1930 havia o “inimigo comunista”. Em cima disso, foi criado um discurso paranoico sobre a realidade que não condiz com os dias de hoje e mesmo assim persiste nos grupos atuais. Doria destaca que quando se fala em ampliação dos direitos civis e tratamento equivalente para todos os cidadãos, por exemplo, os integralistas atualmente chamam isso de comunismo e marxismo cultural.

Para o jornalista, aí começa uma confusão ideológica com ações que deveriam ser uma preocupação humana, sendo taxadas de “esquerdistas” e combatidas.

Como a história colou, não é difícil encontrar pessoas que são contra, por exemplo, acesso à saúde, direitos civis iguais, assistência à população pobre, salários iguais entre homens e mulheres, entre tantos outros tópicos.

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