O modernismo brasileiro teve seu início oficial na Semana de Arte Moderna de 1922. O evento artístico-cultural aconteceu no Theatro Municipal de São Paulo entre os dias 13 a 17 de fevereiro de 1922 e está completando um século.
A Semana reuniu várias apresentações de dança, recital de poesias, palestras, exposição de pinturas e esculturas, além da música para propor uma nova perspectiva de arte que dizia a respeito a uma renovação social.
Os artistas envolvidos na criação do evento defendiam o processo artístico de uma arte “mais brasileira”, com o objetivo de evidenciar um Brasil de verdade, com suas favelas, seu povo sofrido, marginalizado e sem os idealismos românticos. Tudo isso foi transmitido na “Semana de 22”.
Pensando em todas essas mudanças, o Modernismo Brasileiro se divide em três fases:
1ª fase (1922 a 1930)
"Operários", 1933, de Tarsila do Amaral. (Fonte: Mega Curioso)
No início, os Modernistas não sabiam exatamente o que queriam, porém, tinham certeza do que não desejavam: continuar com o modelo do tradicionalismo cultural que vigorava no país — influência das escolas literárias que antecederam o Modernismo.
As produções artísticas da Semana de Arte Moderna sintetizaram, então, o início dessa 1ª fase que trazia ao público polêmica, originalidade, humor e deboche. Os assuntos nacionais eram comuns e a vida cotidiana era muito valorizada.
2ª fase (1930 a 1945)
"Os Retirantes", 1944, de Cândido Portinari. (Fonte: Mega Curioso)
Nesta fase, a literatura modernista se apresenta de forma mais madura, se comparada aquela que foi retratada na Semana de Arte Moderna. Aqui, ela busca refletir a realidade brasileira, com uma linguagem próxima à popular e acessível à maioria da população. Além disso, as obras eram criadas em prosa e poesia e criticavam socialmente o momento atual do país.
3ª fase (1945 a 1960)
"Reading Orpheu", 1954, de José de Almada Negreiros (Fonte: Mega Curioso)
Aqui, o Modernismo foi conhecido pela liberdade, pois os artistas da época não queriam ser obrigados a nada. Eles deixaram de trabalhar as características das fases anteriores, porque não queriam contemplar a realidade brasileira e muito menos escrever com uma linguagem mais popular. Suas obras eram dedicadas a refletir a psique humana.
Algumas características do Modernismo
Somadas todas as suas fases, o Modernismo teve as seguintes características:
- Antiacademicismo;
- Experimentalismo;
- Crítica à tradição;
- Nacionalismo;
- Desconstrução;
- Renovação estética;
- Fragmentação;
- Liberdade formal;
- Liberdade de criação;
- Espírito anárquico;
- Temática sociopolítica.
Principais representantes e obras da arte moderna brasileira
Cartaz/convite da Semana de Arte Moderna. (Fonte: Reprodução)
1ª fase (de 1922 a 1930)
- Oswald de Andrade (1890-1954): Memórias sentimentais de João Miramar (1924) e Pau-brasil (1925).
- Mário de Andrade (1893-1945): Pauliceia desvairada (1922) e Macunaíma (1928).
- Manuel Bandeira (1886-1968): Libertinagem (1930).
2ª fase (1930)
- Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) - Obras: Alguma poesia (1930), A Rosa do povo (1945) e Claro Enigma (1951).
- Murilo Mendes (1901-1975) - Obras: Poemas (1930), A poesia em pânico (1937) e As metamorfoses (1944).
- Jorge de Lima (1893-1953) - Obras: Novos poemas (1929), O acendedor de lampiões (1932) e O anjo (1934).
- Cecília Meireles (1901-1964) - Obras: Espectros (1919), Romanceiro da Inconfidência (1953) e Batuque, Samba e Macumba (1935).
- Vinicius de Moraes (1913-1980) - Obras: Poemas, Sonetos e Baladas (1946), Antologia Poética (1954), Orfeu da Conceição (1954).
3ª fase (1945)
- Graciliano Ramos (1892-1953) - Obras: Vidas Secas (1938), São Bernardo (1934), Angústia (1936), Memórias do cárcere (1953).
- José Lins do Rego (1901-1957) - Obras: Menino do Engenho (1932), Doidinho (1933), Banguê (1934) e Fogo morto (1943).
- Jorge Amado (1912-2001) - Obras: O País do Carnaval (1930), Mar morto (1936) e Capitães da areia (1937).
- Rachel de Queiroz (1910-2003) - Obras: O quinze (1930), Caminho das pedras (1937) e Memorial de Maria Moura (1992).
- Érico Veríssimo (1905-1975) - Obras: Olhai os lírios do campo (1938), O Tempo e o Vento - 3 volumes (1948-1961) e Incidente em Antares (1971).