Artes/cultura
27/08/2018 às 08:00•2 min de leitura
Você já deve ter visto isso em filmes, quando o protagonista está em uma fuga desesperada pela floresta e acaba sendo picado por uma cobra. Assim que o acidente acontece, ele amarra um torniquete próximo à mordida, faz um pequeno corte e suga o veneno deixado pelo animal, mantendo a saúde para continuar correndo e matando terroristas. Na ficção tudo é possível, mas será que a técnica funcionaria com uma mordida real?
Segundo a Organização Mundial de Saúde, todo ano 5,47 milhões de pessoas são picadas por cobras no mundo; dentre elas, em média pouco mais de 100 mil morrem por esse motivo. Apenas com essa informação, já se pode deduzir que a situação não é assim tão simples.
Conhecida como “corte e sugue”, a técnica não apenas foi desmentida há algumas décadas através de pesquisa científicas, como também se mostrou até mesmo prejudicial. Após uma picada, o veneno entra tão rápido na corrente sanguínea que a quantidade retirada por ações semelhantes se torna irrisória; além disso, a região fica mais propensa a infecções, devido ao corte feito de maneira emergencial, quase sempre com lâminas não esterilizadas.
A colocação do torniquete também não é recomendada, já que, ao impedir o fluxo sanguíneo na área, o veneno acaba se concentrando em algum ponto do corpo, prejudicando o membro de forma pontual. Em uma situação extrema, o aparato pode causar a amputação do membro em questão.
O melhor a se fazer é procurar ajuda médica o mais rápido possível, com a vítima se mantendo tranquila. Pois é! O problema é que a agitação acelera os batimentos cardíacos, e a propagação do veneno pelo corpo acontece de forma acelerada. Pelo mesmo motivo, quando a pessoa começar a suar, deve ser colocada em uma área ventilada e com o mínimo de roupas possível, evitando o consumo de álcool, cafeína e analgésicos.
Observar bem e descrever posteriormente as características do animal ajuda muito na escolha correta da medicação. Em tempos de smartphone, uma foto tirada a uma distância segura também teria sua utilidade. Toda mordida deve ser analisada por um especialista, mas, em geral, cobras venenosas deixam a marca de dois furos profundos em suas vítimas, enquanto a mordida das não peçonhentas se mostra superficial e distribuída, como a ferradura de um cavalo.
Caso pretenda visitar uma região de mata fechada, não custa pesquisar no dia anterior quais espécies são comuns lá; assim, caso algum acidente aconteça, você já estará ciente dos riscos que uma possível vítima corre.
Geralmente, picadas acontecem de forma acidental tanto para você quanto para a cobra, por isso talvez ela não chegue nem a injetar veneno. De todos os ataques que ocorrem com cobras peçonhentas, 25% são consideradas mordidas secas, ou seja, o animal chega a perfurar mas não libera o veneno, por não considerar o recurso necessário no momento. Mesmo assim, o melhor é sempre se prevenir para que um susto como esses não acabe com o final de semana.
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