Arqueólogos descobrem que aço inoxidável foi inventado há mil anos

25/09/2020 às 11:002 min de leitura

Um estudo publicado na última terça-feira (22) no Journal of Archaeological Science revelou que uma invenção que julgávamos moderna, o aço inoxidável, foi criado no século XI na Pérsia, e não no século XIX na Europa. Isso significa que o cromo passou a ser adicionado ao aço há pelo menos mil anos, para evitar sua oxidação.

Exemplares rudimentares de ligas de aço cromo foram descobertas num sítio arqueológico no sul do Irã, onde vivia o povo persa. A qualidade do metal utilizado por esta civilização ainda não possuía o nível mínimo de cromo para definir as qualidades inoxidáveis do aço (pelo menos 11%), mas era uma inovação tecnológica admirável para a época.

Alguns documentos antigos referiam-se a Chanak, na Pérsia, como um grande centro de fabricação do aço. A autora do estudo atual, dra. Rahil Alipour da University College London, e membros da sua equipe descobriram pedaços de aço abandonados em escórias de cadinhos usados para fundir metais na antiga aldeia persa.

Para saber sobre as técnicas de fundição, os pesquisadores utilizaram um antigo manuscrito persa chamado al-Jamahir fi Marifah al-Jawahi ("Um Compêndio para Conhecer as Gemas") do século X ou XI, que mostra uma receita para fazer aço em cadinhos, utilizando um ingrediente secreto.

Conclusões

Fonte: Rahil Alipou/UCL/Reprodução)
Criança sobre a camada arqueológica onde foram encontrados restos de fabricação do aço (Fonte: Rahil Alipou/UCL/Reprodução)

A dra. Alipour assegura, no Journal of Archaeological Science, que o ingrediente secreto descrito por Abu-Rayhan Biruni, o autor do manuscrito, era a cromita que, como indica o próprio nome, é um derivado do cromo. “Nossa pesquisa fornece a primeira evidência da adição deliberada de um mineral de cromo na produção de aço”, afirma a arqueóloga.

As amostras de aço encontradas em Chanak revelaram um teor de 1 a 2% de cromo, inferior ao que é usado no aço inoxidável atual, mas suficiente para atrasar a oxidação. Porém, a mistura também continha fósforo, que deixava os materiais, como espadas, mais frágeis.

Alipour conclui que o material descoberto em peças milenares foi muito importante, pois esta assinatura única de aço cromo pode ser utilizada em um trabalho realizado com especialistas de museus, na datação e identificação de objetos.

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