Estilo de vida
13/07/2021 às 08:00•2 min de leitura
O ser humano pisca de 15 a 20 vezes por minuto e, em média, uma pessoa leva 400 milissegundos para piscar. É bastante, não é mesmo? O ato de piscar é involuntário, ou seja, não precisamos pensar na ação para realizá-la, assim como fazemos o ato de respirar.
Respirar é fundamental para a nossa sobrevivência, afinal, é por meio desse ato que levamos oxigênio para dentro do nosso corpo, mas e o ato de piscar? Por que ele é importante? Se você já apostou com um amigo quem consegue ficar mais tempo sem piscar, certamente, percebeu como é difícil manter os olhos abertos por muito tempo. O seu instinto tende a fazer com que você pisque e isso tem relação com o seu corpo tentando te proteger.
Segundo a Dra. Brenda Pagan-Duran, oftalmologista da Academia Americana de Oftalmologia, os seres humanos piscam, pois precisam limpar as partículas dos olhos. É por meio desse mecanismo que os agentes externos, como poeira ou outros elementos são impedidos de entrar em contato direto com a córnea.
Além disso, ao piscar lubrificamos os globos oculares. O olho precisa de uma superfície lisa para que a luz foque adequadamente e a visão não fique embaçada. Assim, ao piscar liberamos a lágrima, que produzida pelas glândulas lacrimais. Essa substância consiste em água, óleo e muco e mantém a superfície lisa, impedindo o ressecamento.
O ato de piscar tem duas funções principais: evitar que agentes externos entre em contato com a córnea e mantém os olhos lubrificados. (Fonte:Pixabay/Reprodução)
As lágrimas ou filme lacrimal também fornecem oxigênio aos olhos. Os vasos sanguíneos não alcançam a córnea, mas a lágrima transfere oxigênio direto para ela. Essa substância também contém enzimas que combatem as bactérias e previne infecções na região.
Piscar é um reflexo. Mas há momentos que fazem com que as pessoas pisquem mais ou menos, dependendo das circunstâncias. Como a área dos olhos possuem muitas terminações nervosas, a dor do ressecamento pode ser semelhante a um arranhão na córnea.
Por exemplo, quando ficamos em frente ao computador ou televisão, as lágrimas acabam evaporando mais rápido, causando um ressecamento. Nesse caso, utilizar um colírio pode ajudar na lubrificação.
Além disso, quando algum cílio cai no olho, as alergias ou inflamações também desencadeiam o reflexo, pois o olho reconhece o elemento estranho e tenta eliminá-lo. Há ainda pessoas que desencadeiam tiques, por causa de ansiedade e nervosismo e piscam com uma frequência maior.
Para melhorar a sensação de desconforto nos olhos, o uso de colírio ajuda na lubrificação. (Fonte: Freepik/Reprodução)
Pessoas que têm danos no nervo facial, responsável pelo fechamento da pálpebra, podem piscar mais lentamente ou com menos frequência. Também piscamos mais lentamente quando nos concentramos em algo, como leitura ou quando assistimos a algum filme. Esse ato ajuda a fortalecer o nosso foco.
Um estudo realizado em 2013 e publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences mostrou que o ato de piscar não é puramente técnico. Ou seja, ele não ocorre apenas para proteger o globo ocular ou lubrificar a área. Ele também serve como um pequeno intervalo mental para o cérebro, facilitando a compreensão da informação.
Outro fato interessante descoberto por pesquisadores e publicado na revista Current Biology é que ao piscar não vemos uma área preta, como era de se esperar, pois o córtex pré-frontal, região envolvida com a memória de curto prazo, une o que vemos entre flashes da visão ou outras interrupções ao piscar.
Assim, ao piscar, o nosso cérebro “congela” a imagem e conecta ao que os olhos veem quando eles estão fechados, preenchendo as lacunas durante o período que a pálpebra está fechada.