Saúde/bem-estar
23/09/2021 às 09:30•2 min de leitura
O cérebro humano não é exatamente a coisa mais confiável do mundo quando o assunto é se lembrar de coisas que aconteceram no passado ou até mesmo dados mais recentes. Quando nos distraímos por um momento, por exemplo, podemos facilmente deixar algo passar batido mesmo “prestando bastante atenção”.
Porém, isso não significa que a memória não seja importante nas nossas vidas. Segundo um novo estudo feito na Universidade de Nova York (NYU), os seres humanos costumam tomar decisões baseadas em quão certos estão de que suas lembranças são verdadeiras ou exatas. Resumindo, o cérebro constantemente realiza um “controle de qualidade” em tudo que já armazenou.
(Fonte: Unsplash)
A memória de trabalho, que nos permite armazenar informações em nossa cabeça por um curto tempo, é uma ferramenta do sistema cognitivo envolvida em quase todas as nossas atividades do dia a dia — principalmente na tomada de decisão e aprendizado.
Quando estamos lendo um livro, por exemplo, guardamos as palavras lidas nas últimas páginas na memória enquanto os olhos continuam escaneando as outras folhas. De maneira parecida, quando estamos comprando algo pela internet, nossa mente guarda informações sobre outros itens olhados anteriormente para poder fazer uma comparação.
“Se acharmos que nossa memória para o item online visualizado anteriormente é fraca ou incerta, vamos voltar para a página e verificar esse item novamente para garantir uma comparação precisa”, explicou o líder do estudo, Hsin-Hung Li. Anteriormente, nenhum estudo havia comprovado se as regiões do cérebro que armazenam memória também conseguiam registrar o grau de qualidade daquela lembrança.
(Fonte: Unsplash)
Durante o estudo, os cientistas conduziram uma série de experimentos em cobaias para determinar como o armazenamento de memórias funcionava e como o cérebro manifestava certeza ou incerteza sobre determinados itens. Em um dos casos, os pacientes foram pedidos para lembrar a localização de um alvo enquanto uma ressonância magnética funcional registrava a atividade cerebral.
O resultado do experimento fez com que os cientistas pudessem até mesmo prever quando um dos participantes iria errar a resposta. Em uma segunda tentativa, os pesquisadores pediram para que as pessoas expressassem oralmente o quão incertas estavam sobre suas respostas.
Em conjunto, ambos os testes produziram a primeira evidência de que o cérebro humano registra tanto o conteúdo quanto a qualidade da memória de trabalho nas mesmas regiões corticais. “O conhecimento da incerteza da memória também orienta as pessoas a buscarem mais informações quando não confiam na própria memória”, concluiu Li.