Como o cérebro diferencia alimentos de outros objetos?

25/09/2022 às 08:002 min de leitura

Você provavelmente já deve ter passado pela situação em que está tudo normal, até que você olha para uma foto de comida e de repente fica com fome. Embora essa associação pareça imediata, o caminho entre a imagem do alimento e a sensação de fome é longo e bastante complexo.

E até pouco tempo, ele era muito nebuloso para a ciência. A sensação de fome ou de saciedade são controladas, em parte, por hormônios. Porém, um estudo recente jogou uma nova luz nessa questão e descobriu que existe uma intensa atividade neural quando olhamos para comida.

Neurônios famintos

Oxford University(Fonte: Oxford University/Yokohama National University/Imagineering Institute)

Um grupo de estudos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) analisou um banco de dados público com 10.000 varreduras funcionais de todo o cérebro. Esse foi o ponto de partida para entender quais neurônios ficam mais ativos quando olhamos para um alimento. A equipe inicialmente encontrou quatro populações de neurônios que normalmente respondem a rostos, lugares, corpos e palavras. 

Porém, durante as análises, a equipe percebeu um quinto grupo. Ele era formado por neurônios que demonstravam maior atividade sempre que imagens de comida estavam envolvidas. Um dos dados mais curiosos observados foi o dos neurônios que ficavam mais ativos com imagens de alimentos preparados, como uma fatia de pizza, do que com imagens de frutas e vegetais crus. O mesmo padrão foi observado quando eram mostradas imagens de alimentos com cores quentes em relação aos alimentos de tons frios.

Para verificar se a descoberta correspondia à realidade, a equipe utilizou uma inteligência artificial para simular o experimento. A IA analisou mais de um milhão de imagens e respondeu acertadamente que 1.000 delas que eram de comida, mesmo para imagens em preto e branco.

Em um segundo teste, a IA utilizou pares de alimentos e não alimentos que tinham algumas semelhanças, seja na forma, na cor ou na textura, com a única diferença evidente sendo a comestibilidade. Por exemplo, uma banana e uma lua crescente ou M&Ms e botões de camisa. Mesmo nesse caso, o resultado confirmou a descoberta.

Os próximos passos

Shourav Sheikh/Unsplash(Fonte: Shourav Sheikh/Unsplash)

Desde a década de 1950, já se sabe da importância que certos detalhes — como a cor — são importantes na seletividade e percepção de alimentos. Porém, o que não se sabia é que a nossa percepção dos alimentos era feita por um grupo específico de neurônios. O que os pesquisadores querem avaliar agora é se esse grupo neural é realmente especializado ou não.

A partir dos dados obtidos, será possível também descobrir outros fatores envolvidos na percepção de alimentos. Isso será importante para entender se existe um elemento evolutivo na identificação de comidas — tanto em humanos, como em outros animais. Além disso, será possível avaliar quais as partes do cérebro estão envolvidas nesse aprendizado e como elas se desenvolvem ao longo da vida.

Fonte

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