40 milhões de crianças no Brasil correm riscos climáticos

14/11/2022 às 08:003 min de leitura

Eventos climáticos extremos relacionados ao aquecimento global não fazem distinção de pessoas em relação ao PIB do país onde vivem ou a renda da população. 

Em 2021, a Europa sofreu inundações mortais. A China passou pelo mesmo problema, enquanto os EUA enfrentaram furacões e temperaturas extremas de inverno. Agora, durante a 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP 27), um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) apontou que, no Brasil, as crianças e jovens são os mais vulneráveis as questões climáticas.

Conforme o alerta, cerca de 40 milhões de crianças e adolescentes brasileiros podem ser impactados por riscos de mudanças no clima e no meio ambiente. A organização destaca que esse grupo precisa ser priorizado e protegido.

A juventude e a mudança climática

(Fonte: Shutterstock)(Fonte: Shutterstock)

O relatório intitulado “Crianças, Adolescentes e Mudanças Climáticas no Brasil”, trata dos diversos eventos climáticos que podem impactar os mais jovens, afetando a vida humana no geral.

Paola Babos, representante do UNICEF no Brasil, ressalta que a deterioração do meio ambiente e as mudanças climáticas cada vez mais intensas, contribuem para enfraquecer ainda mais os já frágeis direitos das crianças e adolescentes do país.

Para a representante da entidade, os mais novos são os menos responsáveis pelo que está acontecendo, mas, infelizmente, serão eles quem suportarão os maiores impactos negativos.

(Fonte: Shutterstock)(Fonte: Shutterstock)

Babos destaca que esse cenário se torna ainda mais complexo e desolador quando observamos que as instituições, políticas e serviços que, de alguma forma, ajudam a atender às necessidades dessas crianças e suas famílias também são prejudicados pela crise climática.

Aqui, entra mais um agravante na situação: os efeitos da crise atuam de maneira bastante desproporcional nos adolescentes e crianças que já são obrigados a viver sob situação de maior vulnerabilidade devido à privação de direitos básicos. 

Grupos como quilombolas, indígenas, os mais pobres e negros, dados os obstáculos já enfrentados por eles, sofrerão ainda mais. Seguindo a linha do relatório, meninas, assim como crianças e adolescentes portadores de deficiência, refugiados e migrantes, também integram o grupo dos mais afetados.

Índice de Risco Climático

(Fonte: Shutterstock)(Fonte: Shutterstock)

O termo risco climático é um conceito que serve para retratar a situação de vulnerabilidade dos países em relação aos eventos extremos do clima e às suas consequências diretas, como perdas econômicas e mortes.

Esses aspectos são medidos todos os anos pelo observatório Germanwatch, que realiza as análises e pesquisas por meio do Índice Global de Risco Climático. Conforme o que já foi notado nas últimas décadas, algumas áreas do planeta correm mais riscos que outras.

Seguindo os levantamentos desse índice mais recentes, considerando os últimos anos, alguns dos países mais impactados no momento pelas mudanças climáticas incluem o Japão, Filipinas, Alemanha, Canadá, Índia e Quênia. Ou seja, não importa o quão ricos ou pobres eles sejam ou em que região do mundo se encontrem, de uma forma ou outra, serão prejudicados.

Futuro incerto

Fonte: Shutterstock)Fonte: Shutterstock)

Esse relatório apenas evidencia algo que já se sabia há alguns anos. O documento faz questão de ressaltar que boa parte dos planos nacionais do Brasil e das políticas públicas que envolvem o meio ambiente e o clima, mencionam pouco ou ignoram por completo o grupo composto por crianças e adolescentes, bem como outros mais vulneráveis.

Nesse sentido, algumas recomendações para tentar lidar com esse problema de forma mais eficaz, dadas pelo UNICEF, incluem:

  • garantir a existência de recursos e financiamentos para realização de projetos climáticos e políticas visando proteger o direito das crianças e adolescentes em risco;
  • defender e fortalecer as instituições que atuam no combate da destruição do meio ambiente e na sua preservação;
  • criação de espaços para estimular a participação e aumentar a representatividade dos mais jovens em pontos importantes como debates e tomada de decisões sobre políticas envolvendo o enfrentamento da crise climática e a proteção do meio ambiente.

Por fim, além de fornecer mais educação e ajudar as crianças e adolescentes mais vulneráveis a desenvolverem competências, os serviços públicos também precisam se adaptar, começando por pensar em ações de médio e longo prazo para atender aos que estiverem em situação de vulnerabilidade e riscos de desastres. 


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