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23/07/2023 às 12:00•2 min de leitura
Atualmente, sabemos qual é a idade da Terra. E, quando não sabemos, uma breve pesquisa nos lembra que nosso planeta tem cerca de 4,54 bilhões de anos. No entanto, se vivêssemos no passado e tivéssemos que resolver essa questão, como faríamos?
As primeiras pesquisas conhecidas para calcular a idade do planeta Terra datam de 1844 e foram realizadas pelo físico britânico William Thomson, o Lord Kelvin. Conhecido por inventar a escala de temperatura absoluta que leva seu nome, ele presumiu que, no seu início, a Terra era uma grande bolha derretida no espaço.
Como era perito em temperatura, Thomson calculou quanto tempo o planeta levou para esfriar. Anos depois, concluiu que a Terra tinha cerca de 20 a 400 milhões de anos. Embora elaborada com rigor científico, a ideia estava em desacordo com outros saberes da época, como as ideias de Darwin sobre o longo tempo que as espécies levaram em sua evolução, sendo a Terra naturalmente muito mais velha.
Bertram Boltwood. (Fonte: Wikimedia Commons)
Mais para o final do século XIX, os cientistas Ernest Rutherford e Bertram Boltwood passaram a utilizar um novo método — a datação radiométrica — para determinar a idade das rochas e de outros materiais. Para isso, eles mediam a quantidade de um isótopo radioativo presente no material e avaliavam o seu decaimento através dos anos.
Esses isótopos radioativos — como urânio, potássio e carbono-14 — são átomos instáveis que decaem com o tempo, liberando radiação. Como a taxa de decaimento é constante, basta medir a quantidade de radiação apresentada em uma amostra para determinar quanto tempo se passou desde que ela foi formada.
Embora esse tipo de datação permita uma ideia mais precisa da idade da Terra, a estimativa é limitada, pois o planeta sempre é mais velho do que a sua rocha mais antiga. No nosso caso, a rocha mais antiga encontrada até hoje, no Complexo Acasta do Canadá, data de cerca de 4,02 bilhões de anos atrás, o que nos dá uma idade mínima da Terra.
(Fonte: Getty Images)
Analisar as rochas mais antigas do planeta pela datação radiométrica, apesar de promissor, revela-se um método insuficiente. Primeiramente porque é impossível analisar todas as rochas, e também porque as amostras mais antigas podem ter deslizado para o manto da Terra, onde as altas temperaturas dificultam esse tipo de pesquisa.
Dessa forma, os cientistas passaram a analisar rochas da Lua e de outros corpos celestes. Um deles — um meteorito de uma rocha que caiu no Arizona — foi analisado pelo geoquímico Clair Cameron Patterson. Ele mediu a quantidade de urânio e chumbo presente nas amostras e concluiu, pelo decaimento do elemento radioativo, que a idade da Terra é de aproximadamente 4,54 bilhões de anos.