Cesariana: por que o parto cirúrgico tem esse nome?

17/06/2022 às 09:002 min de leitura

Um parto cesáreo, ou cesariana, é aquele que não acontece pela via vaginal (o chamado parto "normal"), mas por meio de um corte no abdômen da mãe. Teoricamente, ele ocorre quando o parto via canal vaginal não é possível (quando, por exemplo, a criança está "sentada") ou existe algum risco para a mãe ou para o bebê.

Mas você sabe por que este procedimento é chamado assim? Se prestarmos atenção, fica bem óbvio que "cesária" lembra o nome César. Esta coincidência não é por acaso. Há muita gente que acredita que o imperador romano Júlio César teria sido a primeira pessoa a nascer dessa forma.

O cirurgião francês Jacques Guillemeau escreveu, em um livro no ano de 1609, que Julio Cesar "foi arrancado do ventre de sua mãe, no exato instante em que ela morreu". No entanto, há algumas controvérsias sobre esta afirmação.

Os problemas na teoria sobre Júlio César

(Fonte: InfoEscola)(Fonte: InfoEscola)

O problema na teoria sobre o nascimento de Júlio César é que sua mãe, Aurelia Cotta, não morreu durante o parto. Segundo os documentos históricos, ela teria morrido em sua casa, apenas 10 anos antes que o seu filho fosse assassinado. E, pelo que se sabe, na Antiguidade, nenhuma mulher poderia sobreviver a um parto cesáreo, pois ainda não havia conhecimento científico suficiente para isso.

Um historiador romano chamado Plinio, o Velho, deu outra explicação. No seu livro História Natural, ele escreveu: "É um melhor presságio quando a mãe morre ao dar à luz a criança; exemplos são o nascimento do mais velho Cipião Africano e o primeiro dos Césares, que recebeu esse nome da operação cirúrgica realizada em sua mãe".

No latim, caesus é uma forma do verbo caedere, que significa "cortar". Por isso, imagina-se que cesárea venha da ideia do corte e não necessariamente de César.

A lei que recomendava cesarianas

(Fonte: Pexels)(Fonte: Pexels)

A explicação mais provável sobre o surgimento do termo cesariana parece vir do governo de Numa Pompílio, o segundo rei de Roma, entre 715 a 672 a.C. No seu reinado, ele criou uma lei determinando que, caso uma mulher grávida morresse no parto (o que era bem comum), seu bebê deveria ser retirado por incisão.

Quando os césares (ou seja: os 12 primeiros imperadores romanos, incluindo Júlio César, Augusto, Cláudio, Tito e outros) assumiram o poder, é possível que essa lei ainda existisse - portanto, o nome do procedimento não seria uma "homenagem" a nenhum deles.

Inclusive, hoje se sabe que outras culturas antigas também conheciam o chamado parto cirúrgico. De acordo com informações da Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos, os chineses e os egípcios usavam procedimentos semelhantes, sempre com o intuito de salvar o bebê, não a mãe. 

Há também relatos presentes em diferentes mitologias, como a hindu e a grega. Segundo esta última, o deus Apolo teria retirado seu filho Esculápio, considerado o deus da medicina e dos doentes, do abdômen de sua mãe, a mortal Corônis.

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