Membro da aristocracia, bebê do século XVI morreu por falta de luz solar

19/01/2023 às 10:002 min de leitura

Tentar entender o passado requer que os cientistas analisem uma variedade de peças que os séculos deixaram até hoje, entre elas, as múmias. Recentemente, a múmia de um pequeno bebê europeu ajudou pesquisadores alemães e austríacos a compreenderem os impactos da falta de vitamina D em crianças pequenas.

Isso porque os pesquisadores tiveram acesso a uma múmia infantil, datada do século XVI. O corpo encontrado em excelente estado de preservação pertencia a uma criança da nobreza, uma vez que estava enterrado na cripta da família dos condes de Starhemberg.

Doente e desnutrido

Múmia de criança mostra como o comportamento da nobreza da época prejudicava a saúde infantil. (Reprodução: Nerlich et al, Fronteiras, 2022)Múmia de criança mostra como o comportamento da nobreza da época prejudicava a saúde infantil. (Reprodução: Nerlich et al, Fronteiras, 2022)

Os cientistas realizaram uma série de exames na múmia, com o objetivo de descobrir qual teria sido a causa de sua morte. Para preservar a estrutura do corpo, os pesquisadores usaram exames de imagem, como tomografias computadorizadas, análise dos tecidos e datação por radiocarbono.

Os resultados mostraram que o menino faleceu com cerca de um ano (de 10 a 18 meses), provavelmente entre os anos de 1550–1635.

Apesar de estar acima do peso, a criança sofria com a falta de nutrientes, o que afetou o seu desenvolvimento ósseo. De acordo com os resultados dos exames, o bebê tinha escorbuto, doença causada pela falta de vitamina C.

Os sinais da falta de vitamina D também chamaram a atenção dos estudiosos, indicando que a falta de contato da criança com a luz solar pode ter prejudicado o desenvolvimento dos ossos.

A desnutrição fez com que o pequeno nobre desenvolvesse uma condição chamada de “rosário raquítico”. Trata-se de uma deformidade óssea que faz com que as cartilagens das costelas se calcifiquem.

Atualmente, essa condição é mais comum em crianças em vulnerabilidade social, que não têm acesso a uma alimentação adequada. Esse não era o caso da múmia estudada pelos pesquisadores alemães, uma vez que ele pertencia à nobreza.

A hipótese mais provável para a falta de vitamina D era a inexistência de exposição solar para que a pele do bebê ficasse o mais branca possível. Durante muitos séculos, a pele mais bronzeada era associada ao trabalho braçal, enquanto a pele alva e pálida era comum na nobreza.

Qualidade de preservação da múmia surpreendeu

(Reprodução: Nerlich et al, Fronteiras, 2022)(Reprodução: Nerlich et al, Fronteiras, 2022)

Encontrar múmias em bom estado é como um presente para qualquer estudioso. Nesse caso, a preservação dos tecidos foi comemorada pelos pesquisadores.

“A pele das paredes ventral, dorso-torácica e abdominal estava completamente intacta, sem qualquer evidência de incisões ou outras manipulações. Estava consideravelmente escurecido, mas fora isso muito bem preservado, por exemplo, as unhas dos dedos das mãos e dos pés estavam intactas”, diz o artigo.

O bebê estava enterrado na cripta da família, vestido com um capuz de seda. “O pequeno corpo sobreviveu até os dias atuais devido ao fato de ser membro de uma família da alta aristocracia com um enterro em uma cripta protetora”, diz a pesquisa.

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