Artes/cultura
09/07/2023 às 06:00•2 min de leitura
Em um planeta com oito bilhões de habitantes e constantes ameaças ambientais, é natural que sintamos medo em algum grau de intensidade. Saber se essa emoção se refere a uma ameaça imediata ou um medo "neurótico" projetado é essencial para o autoconhecimento e a preservação saudável da vida.
Nesse sentido, entender as diferenças entre medo, fobia e ansiedade pode auxiliar a reduzir o estigma que as pessoas têm em relação a tais experiências. Essa compreensão é necessária não só para lançarmos mão de nosso potencial de coragem face às situações, como também a saber qual tipo de ajuda buscar se não dermos conta sozinhos da situação.
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O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais define o medo como "uma resposta emocional natural a uma ameaça percebida ou antecipada". Como qualquer emoção, esse estado desperta uma série de alterações fisiológicas: o coração acelera, os músculos tensionam e o cérebro se prepara para lutar ou fugir da ameaça, real ou imaginária.
É bom destacar que, embora relacionado a diversos transtornos de ansiedade, o medo em si é uma emoção comum e muito útil à nossa sobrevivência. Sem ele, provavelmente a raça humana, além de outras espécies, já estaria extinta há muito tempo, visto a quantidade de situações de risco a que somos expostos no dia a dia.
Já a fobia, explica o Manual, "refere-se a um medo irracional e intenso de um objeto, situação ou atividade específica, levando a uma resposta de ansiedade ou esforços para evitá-la". O pior é quando essa compulsão de evitação ocorre em situações que interferem na atividade social ou profissional da pessoa, como em casos de "agorafobia", que indivíduo tem medo de ficar em lugares públicos.
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Uma vez que, tanto no campo da psicologia como no da psiquiatria, todas as fobias são consideradas transtornos de ansiedade, é correto afirmar que o medo é diferente da ansiedade da mesma forma que é diferente da fobia. Segundo a Associação Americana de Psicologia (APA), o medo é uma resposta de curto prazo, enquanto a ansiedade “é uma resposta de longo prazo voltada para o futuro e focada em uma ameaça difusa”.
Dessa forma, percebe-se que, embora as fobias sejam consideradas transtornos de ansiedade, nem toda ansiedade é um transtorno. Ela se remete ao início da vida na Terra, quando o ser humano passou a enfrentar uma série de ameaças e predadores terríveis, que resultaram em um sistema de vigilância bastante aguçado.
Como apenas os indivíduos com mentes ágeis e perspicazes passaram a “prever” situações de risco e programar as suas defesas em relação a elas, a evolução se encarregou de fazer o resto. Hoje, nascemos com um sistema de vigilância bastante sofisticado que nos mantém constantemente preocupados com nossa integridade física.