Artes/cultura
03/02/2022 às 11:00•2 min de leitura
Atuante durante a Guerra do Vietnã (1955-1975), Charles "Chuck" B. Mawhinney, do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, foi responsável por mais de uma centena de mortes confirmadas e se destacou como um dos mais lendários atiradores do conflito. Empunhando seu rifle Remington, ele eliminava os inimigos a quilômetros de distância e em questão de poucos segundos.
Nascido em 1949 em Lakeview, Oregon, Charles Mawhinney se inspirou no histórico de seu pai — veterano da Segunda Guerra Mundial — para se alistar na Marinha e logo chamou a atenção dos fuzileiros, tanto por apresentar resultados surpreendentes em treinamentos que exigiam uma disciplina fora do comum, quanto por seu desempenho como franco-atirador. Após se formar na Scout Sniper School, na Califórnia, Chuck foi enviado ao Vietnã e teve oportunidade de integrar inúmeros batalhões, até ser finalmente listado como membro "classe A" da icônica Companhia Delta.
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(Fonte: Marine Corps/Reprodução)
Em pouco mais de um ano e meio no Vietnã, Mawhinney teve 103 mortes confirmadas e outras 216 "prováveis". Entre seus feitos de maior destaque, o evento do Dia dos Namorados de 1969 foi o mais surpreendente. Nessa data, o atirador acertou a cabeça de dezesseis vietnamitas com suas únicas dezesseis balas disponíveis em um intervalo de apenas 30 segundos. Curiosamente, a tática forçou o letal sniper a atuar em ambiente de total escuridão e sem a ajuda de qualquer aliado no campo de batalha.
Segundo um documentário sobre fuzileiros navais, o único arrependimento vivenciado por Mawhinney em sua "melhor viagem de caça” foi não ter eliminado um soldado vietnamita que escapou de seus tiros. O sobrevivente teria conseguido fugir do campo de batalha após o rifle do atirador norte-americano ter sofrido ajustes por armeiros antes do conflito, e tudo indica que as novas implementações atrapalharam o ritmo frenético do membro da Companhia Delta.
"É uma das poucas coisas que me incomoda sobre o Vietnã", disse Chuck, em entrevista ao Los Angeles Times. "Não consigo deixar de pensar em quantas pessoas ele pode ter matado depois, quantos amigos meus, quantos fuzileiros navais."
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A lenda de Chuck Mawhinney tornou-se pública apenas duas décadas após o fim de sua participação na guerra, com o lançamento do livro biográfico Dear Mom: A Sniper's Vietnam, escrito em 1991 por Joseph Ward. De acordo com o texto, Mawhinney foi o integrante do Corpo de Fuzileiros Navais com o maior número de mortes confirmadas, ficando atrás apenas de Adelbert Waldron (109 mortes), e se tornou o segundo melhor atirador na história do exército norte-americano.
Hoje, Mawhinney vive uma aposentadoria tranquila ao lado de sua esposa e vez ou outra é visto trabalhando no Serviço Florestal dos EUA ao lado de outros atiradores profissionais em treinamento, destacando os fundamentos da prática e dedicação como essenciais para a construção de um legado sólido.