Artes/cultura
15/02/2022 às 13:30•3 min de leitura
Os acontecimentos históricos ao longo dos séculos deixaram claro que a monarquia sempre foi um sistema geral de governo altamente problemático. Assim, era ruim o suficiente quando um monarca afundava seu país, como aconteceu durante o governo de Nicolau II da Rússia, mas era ainda pior quando um monarca se tornava bandido ou assassino inescrupuloso que não podia ser parado por ninguém.
Isso tudo acontecia devido à receita perfeita para o desastre: poder combinado com riqueza. Ao longo da história foi possível observar o quanto esses fatores contribuíram para alimentar uma faceta sociopata em líderes reais, que se esforçaram muito para serem inigualavelmente terríveis.
(Fonte: Onedio/Reprodução)
Caio Júlio César Augusto Germânico, mais conhecido como Calígula, nasceu em 31 de agosto de 12 d.C., em Anzio (Itália) e foi imperador de Roma de 37 d.C. até 41 d.C., o ano em que foi assassinado. O homem mereceu receber a alcunha de "o imperador louco de Roma", mas nem sempre foi assim.
A princípio, quando foi coroado, aos 25 anos, o jovem Calígula foi recebido muito bem pelo povo e era muito cauteloso ao fazer e dizer as certas coisas para obter mais o apoio do Senado romano e da população — mas isso foi uma questão de tempo.
(Fonte: Mucha Historia/Reprodução)
Após contrair uma doença no mesmo ano em que ascendeu ao trono, Calígula perdeu a cabeça e passou a se referir como uma espécie de deus, passando a executar qualquer um que considerasse uma ameaça ou um traidor em potencial. Além disso, ele destruiu a economia da Roma Antiga com gastos perdulários e uma política de crédito com juros zero, que administrou mal as campanhas militares e apreendeu a propriedade de líderes e cidadãos para pagar por seus erros.
Em 41 d.C., ele já havia-se transformado no culpado pela ruína de Roma, e todos queriam seu fim. Então, um grupo de conspiradores, que incluía seus próprios guarda-costas, o assassinaram friamente.
(Fonte: Wikipedia/Reprodução)
A Bélgica do século XIX foi devastada pelas atitudes cruéis e assassinas do monarca, que entrou para o ranking das piores pessoas de toda a história. A começar que, para controlar a exploração das riquezas naturais do Congo, entre elas a madeira e o ouro, ele contratou mercenários para escravizar os nativos por meio de espancamentos, mutilações, assassinatos e estupros.
Em meados de 1885, Leopoldo II se apropriou de uma enorme região, que atualmente compreende a República Democrática do Congo, e convenceu outros líderes europeus a mantê-la como uma colônia pessoal sob a ideia de que isso melhoraria a vida das pessoas que lá habitavam — algo visto como uma ação "humanitária".
(Fonte: All That's Interesting/Reprodução)
Nomeando a região de Estado Livre do Congo, lá Leopoldo II acabou proporcionando a morte de metade das pessoas sob seu governo, em sua maioria por desnutrição e doenças. Sem contar o sadismo perpetrado pelo homem, que adorava amputar mãos e pés dos nativos como punição para qualquer tipo de desvio de conduta ou, por vezes, apenas por diversão.
Leopoldo II morreu em 17 de dezembro de 1908, em Bruxelas, sem nunca ter sido punido por suas ações, após os líderes mundiais o forçarem a transferir a administração da região que liderava para o governo belga.
(Fonte: Pinterest/Reprodução)
Durante 14 anos, Ivã IV, o Terrível, como ficou conhecido, foi o grão-príncipe de Moscou até a fundação do Czarado da Rússia, em 1547, continuando seu reinado até sua morte em 1584. E, como aconteceu com Calígula, quando foi coroado aos 16 anos, Ivã não tinha nada de terrível. Ele era apenas um monarca considerado bastante decente, responsável por modernizar e reformar o governo e o Exército, abrindo novos canais comerciais e diplomáticos com outras potências logo nos primeiros anos de seu reinado.
Enquanto bastou uma doença para transformar Calígula em uma das piores pessoas que Roma já viu, Ivã só precisou ser traído pelo príncipe Kurby, seu melhor amigo, durante a guerra contra os lituanos, em que sua esposa Anastasia morreu.
Ivã até tentou abdicar do trono após um colapso mental e emocional, mas a aristocracia achava impossível governar sem ele, convencendo-o a ficar ao prometer uma grande faixa de território chamada Opríchnina, onde ele poderia fazer o que quisesse.
(Fonte: Historiek/Reprodução)
Mas Ivã achou que seria melhor para seu estado de espírito atual criar um exército privado para passar o resto de sua vida matando pessoas, saqueando igrejas e causando terror por todo o território russo, chegando a causar uma chacina de 12 mil mortes na cidade de Novgorod.
Além disso, ele lançou várias campanhas militares ruinosas que prejudicaram o tesouro e a reputação do país. Isso só parou com sua morte por derrame, em 28 de março de 1584.