Fósseis microbianos seriam os vestígios mais antigos de vida na Terra

21/12/2017 às 13:233 min de leitura

O consenso atual é o de que o nosso planeta se formou há 4,5 bilhões de anos, mais ou menos. No entanto, no que diz respeito ao momento em que a vida surgiu por aqui, não existe consenso não! Afinal, vira e mexe são descobertas evidências mais e mais antigas de formas de vida que teriam deixado vestígios de sua existência na Terra, “empurrando” a data aproximada desse evento cada vez mais para o passado.

Uma das teorias é que as primeiras formas de vida — organismos unicelulares procariontes — surgiram no planeta por volta de 3,8 bilhões de anos atrás. No entanto, na falta de evidências concretas, fica difícil provar que foi há tanto tempo que as estruturas primitivas que eventualmente deram origem a todas as criaturas vivas (incluindo os seres humanos) da Terra. Mas, parece que os cientistas estão chegando perto!

Descoberta

De acordo com Sarah Sloat, do site Inverse, cientistas da Universidade de Wisconsin-Madison e da Universidade da Califórnia em Los Angeles publicaram um estudo no qual descrevem fósseis que seriam as evidências mais antigas de vida no planeta. Mais especificamente, a pesquisa está focada em uma porção de seres microbianos que foram encontrados no meio de uma rocha de 3,5 bilhões de anos escavada na Austrália Ocidental.

Segundo Sarah, os fósseis incluem 11 espécimes de cinco táxons diferentes de micróbio e bactérias de um domínio conhecido como Archaea — e cada um desses organismos mede cerca de 10 micrômetros de diâmetro. Só para você ter uma ideia do tamanho dessas “coisinhas”, se pudéssemos enfileirar oito delas, elas caberiam na largura de um fio de cabelo humano. Então, se os fósseis são tão minúsculos, como é que eles foram estudados?

Fóssil microbianoOlha as "coisinhas" (Inverse/J. William Schopf/UCLA)

Na verdade, a rocha foi descoberta em 1982, em um local famoso por conter algumas das evidências mais antigas e preservadas de formas de vida do planeta, e o primeiro estudo apontando que ela continha fósseis de 3,5 bilhões de anos foi publicado em 1993. Acontece que, na época, não existia a tecnologia necessária para que os cientistas pudessem provar a idade dos fósseis ou identificar os organismos. Mas agora ela existe!

Avanços

De acordo com Mindy Weisberger, do site Live Science, os cientistas reavaliaram os estudos anteriores conduzidos nos fósseis e os submeteram a uma técnica chamada “espectrometria de massa por íons secundários”, uma tecnologia em que a superfície de um corpo é bombardeada com íons para que sua composição seja analisada a partir dos íons que são ejetados pelo objeto.

Pois esse equipamento é capaz de separar as moléculas de carbono presentes no corpo examinado em isótopos (moléculas de um mesmo elemento com massas diferentes) e medir sua proporção relativa. E como todas as substâncias orgânicas contam com isótopos estáveis de carbono, os cientistas “moeram” as partes da rocha que continham os fósseis micrômetros por micrômetros e usaram o equipamento para comparar os isótopos de carbono dos fósseis com os de outras partes da tal pedra.

Fósseis microbianosPense no trabalho (Inverse/William Graf/Universidade de Wisconsin-Madison)

Foi esse trabalho extremamente meticuloso que permitiu que os pesquisadores determinassem a idade, assim como as características metabólicas e biológicas dos microbiozinhos, de maneira precisa. Contudo, como normalmente acontece em estudos desse tipo, nem todo mundo aceita esse papo de que o time descobriu os organismos fossilizados mais antigos de que se tem notícia.

Talvez você não se recorde, mas em meados do ano passado um time de geólogos australianos anunciou a descoberta de um material na Groenlândia que poderia ser colônias fossilizadas de micróbios com 3,7 bilhões de anos — o que significa que esses fósseis podem, potencialmente, ser “mais velhos” do que os que foram encontrados agora.

Independentemente de qual seja o espécime mais antigo, o fato é que se já existiam espécies distintas e organismos formando colônias há 3,7 bilhões de anos — ou há 3,5 bilhões de anos que fosse —, isso significa que a vida deve ter se originado no nosso planeta ainda mais cedo, né? Só falta alguém se deparar com a evidência!

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