Ciência
11/09/2021 às 07:00•2 min de leitura
Gatos que caem com as patas para baixo, lagartixas que conseguem andar perfeitamente pelo teto, elefantes que se comunicam a quilômetros de distância, aranhas que controlam a eletricidade estática… Bom, esses são apenas alguns exemplos surpreendentes de como a física age sobre diversos animais, oferecendo vantagens adaptativas ou colaborando com sua sobrevivência em todo tipo de ambiente. Mas como esses animais, que não entendem absolutamente nada de ciência, conseguem usar essas artimanhas a seu favor?
Apesar de existirem inúmeras espécies, grupos e indivíduos com propriedades distintas, com muitas delas ainda sendo desvendadas e estudadas por especialistas, a física se aplica de forma universal a todos os corpos vivos, porém sendo capaz de favorecer seres com vantagens anatômicas em situações específicas, mesmo que não haja a consciência sobre de que forma as forças naturais podem agir. Assim, animais passam a entender o suficiente sobre como devem se movimentar, comunicar, caçar e realizar outras ações a partir de repetição, resultado e instinto.
(Fonte: The Ethogram/Reprodução)
Como exemplo do impacto da física, as cobras-vermelhas de Manitoba (Canadá), se revestem com produtos químicos — feromônios — para enganar seus adversários e conseguir roubar calor em regiões de baixa temperatura, enquanto esquilos conseguem concentrar radiação infravermelha em suas caudas e enganar predadores capazes de detectar a frequência, já que enxergam apenas uma “cauda de calor saltitante”. Já nos cães, a água desaparece de seus pelos rapidamente após uma brusca sacudida de corpo, quando o pet gira sua espinha dorsal, aumenta a concentração de energia e fazem o líquido acumulado evaporar.
Concebida em 1996 pelo físico Adrian Bejan, a teoria construtiva esclarece que os sistemas motores de fluxo evoluem de modo a minimizar as imperfeições, a fim de eliminar a menor quantidade possível de energia útil. Essa ideia seria aplicável a tudo que se move, e sugere uma poderosa abordagem analítica para descrever o movimento e de que forma as ações corporais podem contribuir para a sobrevivência animal em várias situações do nicho ecológico.
“A partir da física simples, baseada apenas na gravidade, densidade e massa, você pode explicar dentro de uma ordem de magnitude muitas características sobre voar, nadar e correr”, disse o professor de biologia, James Marden, da Universidade Estadual da Pensilvânia (Estados Unidos). “Não importa se o animal tem oito pernas, quatro pernas, duas, ou mesmo que saiba nadar sem pernas.”, afirma Marden.
(Fonte: Twitter — Sea and Me/Reprodução)
A teoria, que funciona como uma grande pesquisa sobre a evolução animal, consegue esclarecer relações universais entre a massa corporal e a velocidade dos animais, bem como a frequência e a força dos passos, batidas ou ondulações que impulsionam seus corpos para a frente. Assim, os princípios, aplicados universalmente nos corpos, sofrem impactos das características de design e biomecânica, além de fatores condicionados à seleção das espécies.
Essas peculiaridades, apenas algumas das muitas que existem no reino animal, são detalhes interessantes que estimulam o incentivo aos estudos na área, apresentando um grande catálogo de feitos curiosos que podem gerar novos conhecimentos sobre adaptabilidade nos ecossistemas.