Ciência
14/10/2019 às 05:00•1 min de leitura
Estudo publicado no The Journal of Egyptian Archaeology sugere que uma tumba encontrada em 2012 pode conter a versão mais antiga já encontrada do Livro dos Dois Caminhos, o misterioso mapa egípcio para o mundo espiritual ou submundo.
A tumba, encontrada na região central do Egito, na necrópole de Dayr al-Barsha, estava bastante deteriorada por fungos, além de ter sido saqueada repetidamente, então perdeu parte do conteúdo que seria valioso aos arqueólogos.
Ela data de pelo menos 4 mil anos atrás, pois nela há menções ao monarca Djehutinakht, do século XX ou XXI a.C.. Inclusive, antes, acreditava-se que o caixão podia ser do próprio Djehutinakht, mas este novo estudo também demonstrou que, na verdade, ele pertencia à uma mulher desconhecida da elite egípcia chamada Ankh.
Os arqueólogos foram capazes de recuperar nesta tumba dois painéis de madeira com escritos em hieróglifos que concluiu-se ser conteúdo do Livro dos Dois Caminhos, suposto grande guia para o Além.
Não se compreende muito sobre ele ainda, mas especialistas estudam-no há muito tempo. Diversas outras cópias do mapa foram encontradas em paredes de tumbas, papiros, múmias e caixões. Elas eram escritas por oficiais reais e seus subordinados para auxiliar os recém-chegados ao outro lado.
(Capela de Osíris, Templo de Seti I - Abydos, Egito)
Os "dois caminhos" são duas possíveis rotas pelas quais os mortos podem navegar pelo submundo para buscar proteção dos seres que talvez encontrem ao adentrar o reino de Osíris, deus do julgamento e do lugar além da morte.
O livro é parte de um corpo maior de literatura egípcia conhecida como Textos dos Sarcófagos, que é composta por 1,185 peças textuais de diferentes tipos escritas como instruções. Por sua vez, estes textos são parte de um corpo ainda maior, conhecido como Livro dos Mortos, a coleção de textos que caracterizam feitiços relacionados ao pós-vida.
Ainda há muito mistério envolvendo estes escritos e o que de fato significa o Livro dos Dois Caminhos. Até a suposição de que se trata de um mapa pode estar errada: pode parecer um isso hoje, e não ter sido nada perto disso para os antigos egípcios. Todos os palpites plausíveis a respeito são importantes para a humanidade juntar as peças deste quebra-cabeça histórico...