Por que mais de 800 marcas perderão o brasão real após a morte da rainha?

19/09/2022 às 11:002 min de leitura

A morte da rainha Elizabeth II, no último dia 8, pode promover uma curiosa mudança no mercado publicitário do Reino Unido. Mais de 800 marcas, entre as quais o ketchup Heinz, devem ser obrigadas a modificar o design das embalagens de seus produtos, retirando o brasão real.

O cobiçado brasão de armas da realeza inglesa tem o uso liberado para as empresas que fornecem produtos e serviços à família real, mediante autorização que exige uma série de requisitos. Cada marca pode usá-lo por até cinco anos, sendo necessário renovar o acordo para continuar a exibir o símbolo.

No entanto, todos os contratos em vigor são cancelados em caso de falecimento da liderança da monarquia britânica, neste caso a rainha Elizabeth II. Era ela quem concedia as autorizações e definia o design do brasão, que no caso da marca Heinz fica na parte superior frontal das embalagens comercializadas localmente.

(Fonte: Unsplash)(Fonte: Unsplash)

Durante o reinado dela, o brasão real representava o leão da Inglaterra, o unicórnio da Escócia e um escudo, dividido em quatro partes, acompanhado da expressão “por compromisso para Sua Majestade, a Rainha”, em tradução livre.

Acordo com o rei Charles III

Para continuar a usar os símbolos reais em suas embalagens, as empresas parceiras vão precisar fazer um novo acordo com o sucessor da rainha Elizabeth, que será o seu filho, agora nomeado rei Charles III. É ele quem ficará responsável por revisar e conceder as autorizações, podendo inclusive modificar o brasão real.

O direito ao uso do símbolo da realeza se dá por meio da concessão do Royal Warrant, título liberado para cerca de 30 empresas a cada ano. Estima-se que a mesma quantidade seja cancelada anualmente, pelos mais variados motivos, pois a sua manutenção depende do cumprimento de algumas regras.

(Fonte: Pixabay)(Fonte: Pixabay)

Além de solicitar a autorização de uso do brasão real ao novo rei, as marcas interessadas em renovar a licença ou adicioná-la pela primeira vez devem cumprir requisitos como comprovar a prestação de serviços às famílias reais por pelo menos cinco anos, dos últimos sete. Elas também devem possuir uma política ambiental e de sustentabilidade adequada, entre outras coisas.

Vale destacar que o então príncipe Charles também tinha poder de conceder o Royal Warrant, anteriormente. A imprensa inglesa especula que ele deve dar ao príncipe William e à rainha consorte Camila Parker Bowles a mesma capacidade.

Marcas afetadas

O refrigerante Schweppes, o champagne Bollinger, as bebidas da Bacardi e a pimenta Tabasco são apenas algumas das marcas que tinham autorização da rainha Elizabeth II para usar o símbolo real. A rede de supermercados Waitrose, o chá Twinings, a Coca-Cola e a Unilever também receberam a concessão.

A lista completa das marcas que podem ser obrigadas a retirar o brasão real das embalagens está disponível no site da Royal Warrant Holders Association.

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