Ilha das Cobras: conheça o serpentário onde só ambientalistas podem entrar

25/05/2024 às 18:002 min de leituraAtualizado em 25/05/2024 às 18:00

Uma pequena ilha localizada a 35 km do litoral sul paulista, chamada Ilha da Queimada Grande, abriga em seus quase 138 hectares o maior serpentário natural do mundo. Com uma população estimada em 15 mil serpentes, a extensão de terra, localizada entre os municípios de Itanhaém e Peruíbe, é chamada popularmente de Ilha das Cobras

Com tamanhos entre 0,5 e 1 metro de comprimento, a jararaca-ilhoa (Bothrops insularis) predomina entre a população de répteis, mas há também muitas jararacas-comuns (Bothrops jararaca) que medem de 1,2 a 1,6 metro, mas podem chegar aos 2 metros de comprimento, segundo técnicos do Instituto Butantan, que estudam a fauna da região desde 1911.

Mas nem sempre o local foi uma ilha. Segundo os geólogos, ela já esteve ligada ao continente, até que um aumento do nível do mar, ocorrido no fim da última era glacial há 10 mil anos, inundou a ponte de terra que havia, e acabou aprisionando a população de jararacas, que rapidamente se adaptaram à floresta local e se multiplicaram.

Como é a vida na Ilha das Cobras?

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Para evitar as picadas mortais, a Marinha automatizou o farol da ilha na década de 1920. (Fonte: Prefeitura Municipal de Itanhaém / Divulgação)

Como a Ilhas das Cobras é totalmente desprovida de mamíferos, o veneno da jararaca-ilhoa, um dos mais mortais do mundo, evoluiu para ser mais potente para suas presas específicas, segundo o Butantan. De ação rápida, provavelmente para facilitar a captura de aves marinhas, o veneno dessa cobra é capaz de matar um ser humano em até seis horas. 

Mesmo com esses riscos, algumas pessoas, como faroleiros da Marinha do Brasil, habitaram a ilha até a década de 1920, quando o farol foi automatizado. No entanto, há relatos de que o último guardião e sua família foram mortos por serpentes que invadiram sua moradia por uma janela.

Segundo o artigo Instituto Butantan e a jararaca-ilhoa: 100 anos de história, mitos e ciência, disponível no site do Butantan, a Marinha muitas vezes tentou prevenir esses ataques simplesmente incendiando a mata da ilha. Esses fortes incêndios, que podiam ser avistados do continente, acabaram por rebatizar o local como “Queimada Grande”.

Quem pode frequentar a Ilha das Cobras?

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Desde 1984, a ilha de Queimada Grande se tornou área de interesse ecológico. (Fonte: ICMBio / Divulgação)

Se você estiver pensando em visitar a Ilha das Cobras, esqueça. Em 31 de janeiro de 1984 a ilha da Queimada Grande foi transformada em uma ARIE (Área de Relevante Interesse Ecológico), o que a torna prioritária para a conservação ambiental, por abrigar exemplares raros da fauna. 

Por isso, o acesso à ilha é proibido e restrito exclusivamente aos analistas ambientais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), uma autarquia criada em 2007 para gerir, proteger, monitorar e fiscalizar as 338 Unidades de Conservação Federais do Brasil.

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