Mistérios
02/04/2022 às 13:00•4 min de leitura
Os telescópios são utilizados por astrônomos profissionais e amadores para explorar o Universo, fornecendo também informações sobre a história evolutiva da vida. Eles são responsáveis pela observação de estrelas, buracos negros, galáxias e vários outros objetos celestes que ajudam a entender a dinâmica do Cosmos e produzir novas tecnologias na Terra.
Os corpos espaciais liberam energia, que é captada por aparelhos ópticos, infravermelhos, de raios-X, ultravioleta e até mesmo pelo conjunto de todo o espectro eletromagnético. Logo, o telescópio James Webb — lançado em 2021 — promete examinar todas as fases dessa história cósmica e revolucionar a ciência espacial.
Assim, vale lembrar outros instrumentos que tiveram um papel fundamental no estudo das origens e evolução de nosso Sistema Solar e do espaço profundo — e que ainda hoje entregam imagens e dados surpreendentes sobre o comportamento de planetas e fenômenos distantes. Confira abaixo nossa lista com os 10 telescópios mais importantes que mudaram o curso da história e remodelaram a compreensão do Universo.
(Fonte: Wikimedia Commons)
A ideia que deu origem ao telescópio buscava desenvolver um instrumento óptico capaz de visualizar objetos distantes a partir de um arranjo de lentes e espelhos. Parte da comunidade científica acredita que a invenção aconteceu há mais de 400 anos, pelas mãos do fabricante de lentes Hans Lippershey. Tal patente fez com que Galileu Galilei construísse, em 1609, sua própria versão, que acabou revolucionando o estudo do céu e da ciência.
O astrônomo, físico e filósofo provou que a Terra girava em torno do Sol, iniciando uma nova fase da observação astronômica. O “pai da ciência moderna” também descobriu diversos fenômenos celestes, como manchas solares, crateras lunares, fases de Vênus, os principais satélites de Júpiter e a identificação de estrelas na Via Láctea.
(Fonte: Wikimedia Commons)
A missão Hipparcos, lançada em 1989 pela Agência Espacial Europeia (ESA), foi responsável pela inserção de uma nave na órbita da Terra. Seu telescópio revelou a expansão da galáxia e mediu com precisão a posição e o movimento de 120 mil estrelas.
Além disso, gerou um catálogo que detalha propriedades de mais de 400 mil satélites — projeto conhecido como Tycho — e confirmou a previsão de Einstein sobre o efeito da gravidade na luz estelar.
(Fonte: NASA)
Pesquisas científicas entre a década de 1950 e 1960 sugeriram que alguns processos no Universo, como explosões de supernovas e interações de raios cósmicos com emissões eletromagnéticas, poderiam gerar radiação gama. A tese foi comprovada anos mais tarde, com o desenvolvimento de tecnologias capazes de detectar os raios no espaço profundo.
Tal radiação é amplamente barrada pela atmosfera terrestre, logo, a construção do telescópio espacial Fermi teve como objetivo captar essa poderosa forma de energia sem a influência do escudo natural do planeta. Suas observações mostraram frequentes explosões ocasionadas pela colisão de estrelas na Via Láctea e liberação de raios gama a partir de outros eventos no Cosmos, como buracos negros.
(Fonte: NASA)
O famoso telescópio leva o nome do astrônomo Edwin Hubble, responsável pela comprovação da existência de outras galáxias além da Via Láctea. Em 2020, a sonda espacial completou 30 anos em órbita e já estudou mais de 40 mil objetos cósmicos, se consagrando como um dos observatórios mais duradouros e valiosos da NASA.
O Hubble ajudou astrônomos a estimar a idade do Universo, forneceu mais informações sobre planetas no Sistema Solar e até mesmo de exoplanetas — aqueles localizados fora da influência do nosso Sol. Até hoje o instrumento envia imagens de grande relevância científica.
(Fonte: SARAO, Oxford and NRAO)
O radiotelescópio é composto por 64 antenas em uma instalação na África do Sul. O MeerKat já detectou mais de 1.300 novas galáxias e é o percursor do Square Kilometre Array (SKA), que será o maior telescópio do mundo — cuja construção foi iniciada no ano passado.
O novo observatório terrestre será capaz de monitorar e fornecer dados mais detalhados sobre a formação e a evolução do Universo em uma escala sem precedentes, com possíveis desdobramentos em diversas áreas científicas, como Astrofísica e Cosmologia. A estação também deve trazer mais informações sobre matéria escura e a evolução gradual de galáxias.
(Fonte: Gemini North)
O Observatório Gemini consiste em dois telescópios ópticos/infravermelhos idênticos, localizados no Havaí e no Chile. Juntos, eles são um dos mais utilizados por astrônomos e conseguem fazer um mapeamento completo dos céus. Seus resultados mostraram o nascimento de uma supernova e indicaram a potencial existência de um planeta habitável como a Terra.
(Fonte: NASA/JPL-Caltech)
O telescópio espacial Spitzer foi lançado em 2003 com o propósito de estudar o Universo primitivo em luz infravermelha, registrando novos cometas, estrelas, exoplanetas e galáxias distantes. Devido à alta sensibilidade do instrumento, ele consegue identificar regiões cósmicas escondidas de telescópios ópticos — dentre elas berçários estelares, centros de galáxias e sistemas planetários jovens.
Apesar de ter sido desativado em 2020, ele continua a entregar dados que ainda passam por análises responsáveis por novas descobertas. Um dos exemplos mais recentes foi a revelação de uma nuvem gigante com moléculas orgânicas, que pode indicar o abrigo de vida em outros planetas.
(Fonte: NASA/Wendy Stenzel)
O telescópio espacial da NASA apelidado de “o caçador de planetas” operou entre 2009 e 2018 com o objetivo de buscar locais com características habitáveis fora do Sistema Solar. Ao longo de suas atividades, o Kepler registrou mais de 2.600 planetas e coletou dados de bilhões de galáxias na órbita de potenciais planetas ocultos.
(Fonte: Iztok Boncina/ESO)
O Atacama Large Millimeter Array é um rádio observatório localizado na Cordilheira dos Andes chilenos. Inaugurado em 2013, ele entrega condições favoráveis para a análise de galáxias muito distantes, em razão da alta sensibilidade de seu conjunto de antenas. O local se tornou um dos postos mais avançados no mundo e foi responsável pela melhor compreensão de planetas fora do Sistema Solar.
(Fonte: NASA/JPL-Caltech)
O Observatório W.M. Keck consiste na operação de dois telescópios receptores de energia no espectro visível e infravermelho — o maior do tipo em atividade. Situado no Havaí e voltado para o centro da Via Láctea, ele apresentou novas informações sobre o crescimento acelerado do Universo que levou às primeiras imagens de um sistema de exoplanetas no limite da galáxia.